O disque amizade consiste em um sistema de interligação múltipla, destinado a colocar aos assinantes de uma rede telefônica uma nova modalidade de serviço, no qual são formados de forma espontânea e aleatória, grupo ou grupos de conversação entre assinantes, através de um ponto comum, por meio de chamadas locais, interurbanas ou internacionais, sendo todos os assinantes originadores das chamadas e não recebedores. No estado da técnica estavam disponíveis apenas três serviços: a ligação de um assinante originador a um assinante recebedor, ligação de um assinante originador a alguns assinantes recebedores, conhecida como teleconferência e ligação de um assinante originador a uma rota na qual se tem disponível um serviço gravado.
Para tornar possível a nova modalidade de serviço a empresa operadora de uma rede telefônica cria as seguintes facilidades: código de acesso específico (145) com três ou mais dígitos; prévio selecionamento de rotas nas centrais telefônicas com encaminhamento das chamadas originadas ao serviço. Uma vez concebido o novo serviço e designada uma rota específica, são implantadas facilidades na rede telefônica em função do número de saídas desta rota específica e do número de grupos que se deseje ou possibilite formar. Todos os assinantes que desejem utilizar o serviço e que o farão em qualquer hora que a cada um aprouver, serão originadores de chamada, frequentando o mesmo ponto comum no qual poderão falar e ouvir entre si.
Para finalidade de aperfeiçoar o serviço tornando possível observar e fiscalizar interligações, verificar a ocupação do circuito a qualquer momento sem sinalização individual, advertir o assinante que esteja se comportando inconvenientemente, bloquear temporariamente ou mesmo desfazer ligações consideradas inconvenientes, o sistema prevê uma mesa de supervisão conectada em série ao circuito. O sistema permite assim a prestação de um serviço que permita aos assinantes de uma rede telefônica, por via dela, se encontrarem em um ponto comum, sendo todos originadores de chamadas a um código pré-determinado (145), em hora ou dia que lhe aprouver, sem necessidade de identificação do número originador. Por não serem identificados, os assinantes frequentadores do serviço, tem maior liberdade de expressar suas ideias e pensamentos.
Quando o assinante disca o código do serviço, este código passará pelos órgãos internos da central, até atingir o seletor de rotas da mesma. O Seletor de rotas é o órgão da central telefônica responsável pelo direcionamento das chamadas originadas por um assinante, de acordo com o código que discou. Neste seletor existe um comando onde são programados os códigos correspondentes às rotas de saída da central telefônica. Estando o código correspondente programado no comando do seletor de rotas, ao chegar este código discado pelo assinante será identificada aquela rota e encaminhada a chamada para os juntores de serviço. Nas saídas do seletor de rotas, estão ligados os juntores de serviço, que são os responsáveis pela interligação dos assinantes. Estes juntores são distribuídos em grupos, contendo cada grupo três ou mais juntores, possibilitando, três ou mais assinantes conversarem entre si. O sistema portanto é caracterizado pelo jampeamento de saídas de juntores de serviço, em paralelo, formando grupos onde todos serão originadores de chamadas, mediante fios dos juntores ligados entre si em alta impedância para ocasionar o bi direcionamento de voz.
O serviço permite aos frequentadores estabelecer novas amizades, combater a solidão, tão comum em nosso tempo e mesmo extravazar seus sentimentos a seus semelhantes que lhe queiram dar atenção e até mesmo carinho e compreensão. Luiz Carlos orgulha-se de ter promovido o casamento de diversos casais que se conheceram pelo disque amizade. No entanto o sistema não ficou imune à ação de pessoas mal intencionadas. Em 1999 o ministro da justiça Renan Calheiros recebeu denúncia do Procon Assembléia Legislativa de Minas Gerais de que o Disque Amizade “pratica a pedofilia” e funciona, na realidade, como um tele sexo disfarçado, incentivando, principalmente, crianças e adolescentes. O Tribunal de Justiça de Minas em 1999, proibiu o serviço no Estado.
Luiz Carlos foi o criador da criador da Academia Brasileira de Humorismo e em 1978 lançaria um novo serviço: o disque-piadas. O serviço da Telegoiás, “disque-piada” começou a funcionar em fase experimental em setembro de 1978e, para desfrutar dele, o interessado tinha apenas de discar o número 136 e ouvir anedotas gravadas e transmitidas através do aparelho, ao custo de Cr$1,50 cada cobrados na conta telefônica. O contrato que permitia o funcionamento do sistema foi assinado entre a Telegoiás e o carioca Luís Carlos Bravo, oferecendo a cada dia uma piada diferente. Luís Carlos Bravo na época tinha uma fazenda em Planaltina, morava em Brasília e escrevia uma coluna diária para um jornal do Rio de Janeiro, e nas horas vagas, dedicava-se ao humor. Já tinha pronta, para editar, uma enciclopédia do humor, da qual selecionou 600 anedotas (“familiares e apolíticas”) para serem gravadas e transmitidas pelo sistema. No futuro, humoristas conhecidos deveriam gravar histórias para o “disque piada”, sistema que “já estaria interessando várias empresas telefônicas de outros Estados”.
Carioca da Gema, goiano de coração e cheio de humor próprio, Luiz Carlos Bravo é jornalista há muitos anos, tendo colaborado em mais de 15 jornais. Entre eles, O Globo, Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo e foi até diretor do Pasquim, nos tempos da ditadura militar. Criou no Brasil, na década de 80, o Disque Amizade e o Disque Piada, negócio que se espalhou rapidamente pelo mundo. Já publicou vários livros, todos na linha humorística. Foi o produtor do filme Oriundi — O Verdadeiro Amor é Imortal, que tem no elenco Anthony Quinn, Letícia Spiller, Paulo Betti, Gabriela Duarte, Paulo Autran e teve como diretor Ricardo Bravo, (filho do entrevistado). Luiz Carlos Bravo vive em Goiânia há 20 anos, onde instalou também seu QG e comanda seus escritórios instalados em vários países. Um dos hobbies de Bravo é o estudo da Terra e o desaparecimento de dinossauros. Ele afirma que existe uma conexão entre a expansão do nosso planeta, que provoca a deriva continental, e o desaparecimento da maioria daqueles bicharocos.
Quem quiser conferir sua hipótese pode acessar seu site na Internet: www.dinossauro.com.br
Fonte:
http://www.oriundi.com.br/oriundicurrriculosportugues.htm
acesso em abril de 2002
http://www.ampersand.com.br/livros/livro01.htm
http://www.estado.estadao.com.br/edicao/pano/99/06/27/ger826.html
acesso em dezembro de 2002
http://www.telecartofiliafurtado.com.br/index.php?main_page=product_info&products_id=7093
http://www.jornalopcao.com.br/index.asp?secao=Estilo&subsecao=Colunas&idjornal=167
acesso em junho de 2008
Direito de Autor: princípios fundamentais. Antonio chaves. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1987
