“Chamonix”

A Chamonix começou a produzir réplicas em 1987, quando foram criados os primeiros moldes e ferramentaria para fabricar em fibra de vidro uma réplica do Porsche Spyder 550 (que também teve uma réplica produzida pela Amazonas na mesma época), tendo como base o trabalho de Milton Masteguin (um dos fundadores do Puma) e do americano Charles Beck (técnico em aeronáutica e projetista de carros de corrida). Chuck Beck já produzia o Spyder 550 nos EUA, aclamado pela mídia especializada americana como o fabricante da melhor réplica daquele país.


O Porsche 550 Spyder foi o primeiro carro esportivo a ser produzido pela Porsche e foi à inspiração dos esportivos da marca que são produzidos hoje em dia. A Chamonix produz réplicas muito bem reconhecidas mundialmente, sendo importadas na Europa, EUA e Japão. O modelo Spyder 550 chegou a ganhar prêmios na Alemanha. A primeira réplica brasileira do 550 foi produzida em 1987 pela Amazonas Motos Especiais, com motor 1600 a ar e câmbio de quatro marchas mais longas que as normais (mesmo usado no VW SP2). Foi nessa época, na qual não se tinha acesso a carros esportivos importados, que surgiram várias fábricas de carros fora-de-série no Brasil. Dessas, a Chamonix é uma das únicas que sobreviveram à concorrência. O material usado na carroceria é o fiberglass de alta qualidade e resistência, com tecnologia de ponta desenvolvida por Chuck Beck, também representante da Chamonix nos EUA, e Nilton Masteguin, proprietário da fábrica.

Em 1990 foi lançada a réplica do Porsche Super 90 (derivação do 356, que também fora copiado pela Envemo nos anos 80). E a linha 550 continuou recebendo aperfeiçoamentos. A tecnologia empregada pela Chamonix na confecção das carrocerias de fibra de vidro é uma técnica conhecida por Hand Laid Up, trazida da indústria aeronáutica. Ela permite maior resistência, uma superfície uniforme, sempre na mesma espessura e ausente de ondulações e trincas, facilitando a pintura e evitando-se correções com massas plásticas.

Os chassis são tubulares construídos em aço e recebem uma pintura especial de epóxi feita a alta temperatura que os tornam praticamente imunes à corrosão. O Chamonix Spyder 550 é uma réplica do Porsche homônimo imortalizado nas telas de cinema por James Dean. Ele tem suspensões especialmente desenvolvidas pela Chamonix, sendo interdependentes com duas barras de torção na frente e semi-independentes com molas helicoidais na traseira. O motor, central, é fornecido pela Volkswagen e pode receber diferentes tipos de preparação.

Embora pouco conhecidos no Brasil, os produtos da Chamonix têm feito enorme sucesso no exterior, incluindo mercados exigentes como o americano e o japonês, além de já terem sido recomendados por importantes publicações especializadas estrangeiras. A propósito, quase que a totalidade da produção da Chamonix vem sendo destinada ao mercado externo, desde a sua fundação e a atuação da Chamonix não se restringe à produção de réplicas de Porsche. A qualidade da sua Engenharia já rendeu parcerias com empresas respeitadas como Volkswagen e Arteb no desenvolvimento de projetos em Clay e CAD. Na época em que a Chamonix foi fundada, nenhum carro podia ser importado no Brasil. Isto deu várias chances à indústria nacional, porque a concorrência era muito baixa, os custos e a qualidade dos produtos eram baixos e, assim, tudo era barato para se produzir. Quando o mercado brasileiro foi finalmente aberto para investidores estrangeiros e importadores, o país foi inundado com produtos de baixa qualidade, porém mais baratos que os nacionais, e também carros melhores que os oferecidos até aquele momento. Muitos fabricantes nacionais de automóveis faliram.

Em julho de 1994, quando o Real foi introduzido no Brasil, o problema se agravou. A moeda brasileira era muito cara, condição sustentada pelo governo brasileiro com bilhões de dólares desde então, para manter a estabilidade da economia. A Chamonix havia fechado vários contratos de venda com a realidade monetária antiga, mas tinha que fabricar seus produtos com os novos custos, muito mais altos que antes. Agora a situação melhorou, especialmente por causa da desvalorização do Real, que tornou os produtos importados muito caros para os níveis nacionais, ao mesmo tempo em que os produtos nacionais se tornaram mais baratos no mercado internacional.

 

Fonte:

http://www.montadorasbrasileiras.hpg.ig.com.br/carreira/40/index_int_9.html

http://www.chamonixcars.com.br/historia.htm

Acesso em março de 2002

http://pagina.de/chamonix

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/233/negocios/233_alma_gemea.htm

http://www.uol.com.br/bestcars/classicos/chamonix-1.htm

Acesso em novembro de 2002

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