Todo mundo tomou conhecimento do Giz Mata Insetos, sucesso de vendas na Feira de Utilidades Domésticas (UD), realizada em São Paulo em 1992. Mas o que pouca gente sabe é como surgiu esse produto, verdadeiro achado de uma empresa desconhecida, a Bryoline Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda., que, na época, nem tinha funcionários. Contava apenas com a tenacidade do seu fundador e proprietário, João Batista Bueno da Silva, um ex-engraxate nascido em Jundiaí que se desfez do seu patrimônio pessoal para apostar tudo no produto que o transformou numa celebridade.
João trabalhou numa firma dedetizadora americana, a House Cleaning e testemunha o sucesso de sua invenção: “Peguei um camelô em frente ao Mappin, no centro de São Paulo, e fiquei vendendo o giz, tentando convencer as pessoas, que não conseguiam entender direito do que se tratava. O resultado não foi muito bom, mas eu costumo pensar grande. Mandei fazer 50 mil caixas do giz e consegui com um amigo uma carga de parafina importada – ele tinha tentado em vão vender velas de primeira qualidade no Brasil. Só que eram 60 toneladas, depositadas na calçada, dando-me um trabalhão danado para poder conseguir espaço para estocar.
“Mas foi isso o que me salvou. Quando meu depoimento saiu na Globo e no SBT, foi uma explosão: desde o primeiro dia da UD, tinha fila no estande para comprar o giz. Vi que as 50 mil caixas davam apenas para começar e convoquei todos os funcionários da House Cleaning e seus parentes para produzir mais. Uma máquina alemã de rotulagem acabou queimando de tanto funcionar. Resultado: acabei vendendo tudo.” Sucesso na Feira de Utilidades Domésticas de 1992, o giz mata insetos possuía um similar na China. João Bueno analisou o produto e constatou que era muito precário, pois era de calcário e com alta dose de DDT, o que o tornava muito perigoso. O segredo era conseguir colocar a dosagem certa do princípio ativo dentro da parte sólida, uma solução inédita em todo o mundo, que faz do giz um produto original único.
Fonte:
http://www.empresario.com.br/memoria/entrevista.php3?pic_me=271
acesso em março de 2002