Batizado de interface cérebro-máquina, o aparelho acaba de ser apresentado em um encontro internacional de tecnologia e inovação para pessoas com deficiência, realizado em São Paulo. O dispositivo não requer cirurgia para ser implantado: consiste em uma touca com eletrodos conectados a uma eletroencefalografia que consegue captar e interpretar pensamentos da pessoa a partir de sinais enviados. O equipamento lê basicamente os movimentos dos braços, dos pés e da língua do usuário. A ideia é que possa ser aplicado ao comando de próteses e cadeiras de rodas automatizadas ou usado em hospitais, para facilitar a comunicação entre o paciente e a equipe de médicos e enfermeiros.
Mover cadeiras de rodas ou próteses de membros como braços e pernas apenas com o pensamento são algumas das possibilidades de um dispositivo desenvolvido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Trata-se de uma interface que capta as ordens do cérebro por meio de uma touca com eletrodos e converte esses sinais em informações digitais capazes de acionar dispositivos mecânicos. O equipamento permite que até pessoas que nunca tiveram determinados membros possam operar próteses apenas com o comando mental. Também pode ser usado por tetraplégicos ou portadores de doenças degenerativas para movimentar cadeiras de rodas de maneira totalmente independente.
Meggiolaro ressalta que, apesar de existirem vários dispositivos semelhantes sendo desenvolvidos em todo o mundo, o brasileiro é “o que tem melhor desempenho na atualidade em relação ao seu próprio tamanho. Ou seja, ele é muito compacto e a gente consegue mais de 90% de acerto na interpretação dos pensamentos”. O custo de produção dessa interface também é menor do que os concorrentes estrangeiros, segundo o pesquisador. De acordo com Meggiolaro, a fabricação do equipamento, com cerca de 10 centímetros de comprimento, tem o custo aproximado de R$ 1 mil. “A gente não está incluindo nesse valor o custo da pesquisa, do desenvolvimento. É só o custo físico do hardware (equipamento embarcado num produto que precisa de processamento computacional, no caso), destaca. A invenção foi patenteada nos Estados Unidos há menos de um mês e será inscrita no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) nas próximas semanas. Segundo Meggiolaro, já existem pessoas interessadas em comercializar o dispositivo. O equipamento está sendo exibido no 2º Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência, evento que se encerra hoje (24)) na capital paulista e que apresenta projetos de acessibilidade e ideias sobre inclusão e reabilitação de pessoas com mobilidade reduzida.
Fonte: http://www.mec.puc-rio.br/dem_perfil.php?id=176
http://www.correiobraziliense.com
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/820983-touca-que-le-pensamento-pode-ajudar-deficiente-a-operar-aparelhos-no-futuro.shtml
acesso em outubro de 2010