Papel Sintético

Estudos realizados na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um papel sintético feito a partir de resíduos plásticos e testado em uma planta piloto da empresa Vitopel, fabricante de filmes flexíveis com fábrica em Votorantim, no interior paulista. A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), já é desenvolvida desde 1996 no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Instituição. O papel sintético feito a partir de plástico reciclável é pioneiro no setor, segundo Sati Manrich, coordenadora do projeto e docente do DEMa. Como principais características o produto apresenta maior durabilidade, resistência à umidade e melhor aspecto visual do que o papel de celulose.

 

Ele pode ser utilizado na elaboração de produtos diferenciados, como catálogos, manuais, cartilhas, livros, cartões, outdoors e cartazes em geral, embalagens para DVDs, tabuleiros de jogos, rótulos, etiquetas e envelopes, dentre outros. Sati salienta que, além de inovador, o projeto também tem uma importância ecológica porque contribui para redução no volume de lixo. “Os impactos ambientais seriam reduzidos pela possibilidade de utilizar os resíduos plásticos descartados, reduzindo o volume desse material no lixo urbano ou no ambiente. Mesmo em comparação com o papel celulósico reciclado, o papel sintético a partir de plástico pós-consumo causaria menos impacto ambiental”, acredita a pesquisadora.

Já com o depósito da patente feito para o papel sintético reciclável, Sati gostaria que seu lançamento fosse marcado por ações educativas. “Seria ideal se o lançamento do papel fosse utilizado na produção de uma cartilha infantil sobre impactos ambientais, reciclagem de resíduos plásticos e fabricação de papel sintético ecológico, como um instrumento de educação ambiental de crianças que, aliás, serão as mais afetadas pelos problemas ambientais atuais e futuros”, enfatiza a pesquisadora.

 

Produzido em forma de filmes, o material feito a partir de garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza podem ser empregados em rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro.

O papel sintético comercializado atualmente é produzido com derivados de petróleo. Os testes na planta piloto, também chamada de escala semi industrial, foram conduzidos por Lorenzo Giacomazzi, coordenador de tecnologia de processos da Vitopel, que tem a co titularidade da patente. “O grande diferencial desse processo é fabricar um papel sintético com material totalmente reciclado”, diz Giacomazzi. “O aspecto final é o mesmo do produto feito a partir da resina virgem, com a vantagem que se aproveita o material que iria para o aterro sanitário ou lixões.”

 

Fonte:

http://www.ecoviagem.com.br/fique-por-dentro/noticias/ambiente/reciclagem/projeto-pioneiro-da-ufscar-desenvolve-papel-sintetico-reciclavel-8302.asp

http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/ufscar-desenvolve-papel-sintetico-fabricado-com-plastico-descartado-pos-consumo/

acesso em fevereiro de 2008t

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