A Katal, empresa nacional de biotecnologia localizada em Belo Horizonte (MG), acaba de lançar um kit de teste de laboratório denominado IgM-GIPL ELISA para o diagnóstico da toxoplasmose. Considerada uma zoonose muito freqüente não só em países do terceiro mundo, a toxoplasmose é uma doença infecciosa causada por um protozoário, o Toxoplasma Gondii e tem como seu hospedeiro definitivo, o gato. O teste IgM-GIPL ELISA disponibiliza um diagnóstico preciso pois é eficaz na diferenciação das fases aguda e crônica da doença, levando-se em conta, entretanto, que em raros casos de doença aguda, os testes podem não refletir o período exato em que a infecção ocorreu, em virtude de variações nas respostas imunológicas de um indivíduo para outro.“Comparamos o nosso método não somente com os testes utilizados no Brasil, mas também com as referências mundiais”, esclarece o Dr. Leonides Rezende, médico e doutor em Bioquímica, idealizador do projeto e fundador da empresa Katal Biotecnológica.
Segundo Rezende, a pessoa infectada pelo parasita pode estar em vários estágios da doença, desde a fase aguda, que vai da primeira semana até cerca de quatro meses após o contato com o parasita, até a fase crônica, que tem como principal característica o fato de ser assintomática. “Um teste que não leve rigorosamente em consideração determinadas especificações técnicas pode ser de pouca utilidade diagnóstica com relação ao estágio da doença, dificultando a decisão clínica de se instituir ou não um tratamento, especialmente para as pacientes grávidas”, afirma. “O ideal é a realização do teste nas primeiras oito a dez semanas de gravidez, onde a capacidade diagnóstica do teste é máxima”, acrescenta. As bases acadêmicas para a nova metodologia foram criadas pelo Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pelo Dr. Ricardo T. Gazzinelli e Dr. Ricardo W. D. Portela, este último atualmente ocupando o cargo de pesquisador em tempo integral no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento da Katal. O Dr. Leonides, no Laboratório de Pesquisas e Desenvolvimento da Katal Biotecnológica, transformou o que era até então uma pesquisa acadêmica promissora, num kit diagnóstico com utilização prática pelos laboratórios de análises clínicas.
O nome IgM-GIPL ELISA vem das siglas IgM (Imunoglobulina M) GIPL (Glicoinositolfosfolipídeo) ELISA (Enzyme Linked Imuno Sorbent Assay). O principal diferencial deste novo método é a diminuição do número dos chamados pacientes indeterminados, ou seja, aqueles onde não é possível a identificação precisa da fase aguda da doença. Como a toxoplasmose pode trazer sérios danos para o feto, as gestantes serão um dos públicos mais beneficiados por este avanço metodológico do diagnóstico. A nova metodologia também deverá contribuir muito com outro grupo de pessoas, os portadores do vírus HIV ou de outras imunodeficiências, uma vez que no Brasil a principal causa de mortalidade nestes pacientes é a encefalite causada pela toxoplasmose. A Katal é uma empresa de base biotecnológica com capital 100% nacional e especializada na produção de kits diagnósticos. Um de seus diferenciais é a inovação tendo até o momento depositado oito pedidos de patentes para seus produtos.
Fonte: http://www.saudebusinessweb.com.br/sbw_artigo. vxlpub?id=48494
acesso em maio de 2004