O empresário da cidade de Parnaíba no Piauí, Marc Theophile jacon desenvolveu processo de produção de cera de carnaúba (PI9202165) capaz de fazer a partir de qualquer pó cerífero obtido da carnaúba (que produz 2 tipos de pó) uma cera amarela de primeira qualidade que somente se obtinha a partir do pó das folhas novas da palmeira. Considerando a tendência mundial para orientar o emprego de cera de carnaúba para os tipos 1 (ceras amarelas) e 3 (ceras pardas clareadas quimicamente para uma coloração caramelo). Esta inovação aliada à melhoria no processo de secagem da palha de carnaúba também por mim desenvolvido e franqueado ao uso regional sem nenhum ônus, porém capaz de dobrar a produção anual em cera de carnaúba final, trará um grande benefício para a região produtora de pó de carnaúba, atividade de uso intensivo de mão de obra, gerando centenas de milhares de emprego na sua cadeia produtiva nos estados do Piauí e Ceará.
O processo para obtenção de ceras amarelas a partir de qualquer tipo de pó de carnaúba partiu da observação da tendência mundial de uso preferencial de ceras cada vez mais claras nos diferentes usos industriais da mesma e tanto quanto possível sem o uso de aditivos que aumentando o índice de peróxido, por exemplo, pudessem provocar o esmaecimento de colorações adicionadas aos produtos finais, além de dar uma abertura maior às colorações utilizadas. No processo por mim patenteado os pigmentos não são oxidados, mas sim seqüestrados pela utilização adequada do processo produtivo.
A Cêra de Carnaúba é uma cêra vegetal obtida a partir da extração e processamento do pó cerífero das palhas da palmeira denominada Carnaubeira ou Carnaúba (Copernicia prunifera Mill.). A Carnaubeira é uma palmeira nativa que cresce nos grandes vales dos Estados do Piauí e do Ceará e, também, em menor extensão nos Estados do Rio Grande do Norte e do Maranhão. Existem 13 espécies do gênero, todas ocorrendo na América Latina, porem somente a variedade encontrada do Brasil produz o pó cerífero. Resistente à pequena precipitação pluviométrica, embora vicejando em áreas mais “frescas” e molhadas por mais largo espaço de tempo durante os períodos de chuvas da região, a Carnaubeira não é exigente de tratos culturais e pode ser compatível com outras atividades agro-pastoris. Estima-se que entre as folhas jovens, ainda não abertas, chamadas de “olhos” ou “espadas”, além de outras designações, e as folhas adultas, abertas, coleta-se em média 60 folhas por palmeira por corte. Entende-se por “corte”, a atividade levada a efeito uma ou duas vezes por ano onde, de forma sistemática, são cortadas as folhas das carnaubeiras, deixando-se pelo menos 3 a 5 olhos. O período de corte principia 30 dias após o término do período de chuvas, quando o terreno nos carnaubais já está seco e as palhas adultas apresentam-se maduras e com bom teor de pó e se estende até o mês de dezembro, dependendo a paralisação dos trabalhos de coleta, do início do novo período de chuvas na região.
Considerada, apenas a produção final em cêra refinada, como utilizada pelas industrias que a utilizam, a produção média de cêra de carnaúba por palha coletada, é de 3,3 gramas. Um programa em fase de propagação do uso de estufas especiais para a secagem das palhas promete dobrar esse rendimento em teor de cêra final. As exportações anuais atingem, uma média 15.000 toneladas e o consumo interno é estimado ser de 2.500 toneladas. Portanto, 17.500 a 18.000 tons./ano. As palhas secas e já desprovidas da quase totalidade do pó cerífero que as recobria, não são ainda aproveitadas, embora haja estudos em curso visando o aproveitamento da celulose e da lignina. O teor de celulose contido nas palhas da carnaubeira oscila entre 26 e 33%, a depender do tempo de cozimento, quantidade e natureza do álcali empregado. Tendo em conta a produção em gramas de cêra por palha, a produção anual de cêra, e o peso médio das palhas secas da carnaubeira chega-se a uma estimativa de que são cortadas anualmente 5 bilhões de palhas a um peso total de 1.600 mil toneladas de matéria prima para uma eventual produção de celulose. Neste sentido apresentamos um trabalho à consideração da 3a. Conferencia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação ocorrida em outubro do ano passado em Brasília.
O valor total das exportações de cêra de carnaúba mais o consumo interno (em dólares) é de aproximadamente 38 milhões de dólares; já a utilização da metade da matéria prima disponível para a produção de celulose de fibra curta resultaria em 240 mil toneladas de celulose que ao preço atual de US$ 580.00/ton. Produziriam 140 milhões de dólares… quatro vezes mais do que o valor atual da cêra produzida, que entretanto poderá aumentar rapidamente pelas melhorias do processo de secagem da palha como vimos propondo, há anos. Mais de 85% da cêra de carnaúba se compõe de ésteres de ácidos graxos, além de pequenas porcentagens de ácidos graxos livres, de álcoois livres, além de pequena quantidade de resinas e hidrocarbonos. A cêra é uma cêra dura e de alto ponto de fusão (83o.-85o.C). O uso tradicional mais importante para a cêra de carnaúba era para polimentos em geral, tendo essa aplicação evoluído, tanto no uso de graxas industriais permanentes como no emprego de emulsões de diversos tipos para as mais diversas aplicações; outras características físico-químicas da cêra de carnaúba respondem pelo o seu largo emprego em eletrônica (chips e transistores) e no setor de informática, tanto na área de reprodução das informações como na de produção de hardwares. Corolário dessa informação é o crescimento do consumo da cêra de carnaúba no Japão, que de 1.700 tons/ano em 1993 atingiu 3.600 em 2001; caiu um pouco nos anos seguintes devido à crise ocorrida naquele país que já em 2004 importou 2.700 toneladas, mesmo assim, um incremento formidável, em um mercado até aqui, considerado maduro.
A propalada escassez vindoura do petróleo abre grandes novas perspectivas para a cêra de carnaúba pois os polímeros derivados do petróleo tratados até aqui como subprodutos, passarão cada vez mais a ser considerados como produtos principais na formação dos custos e preços de venda, pelo que, como já vem ocorrendo atualmente, tenderão a ter seus preços sensivelmente aumentados. Como a cêra entra em muitas formulações onde os polímeros também se incluem, pode-se esperar que ela venha a ter maior participação nessas fórmulas. Daí a necessidade de promover-se um aumento de sua produção. Seja para usos nos setores onde a cêra já é utilizada, onde uma demanda mais específica exigirá a produção de tipos especiais de cêras (baixo teor de bolhas de ar na cêra, baixo teor de cinzas, índice de acides controlado e baixo, teores mais definidos de índices de saponificação e outras cêras para usos especiais), seja para fins não contemplados atualmente que abrirão, entretanto, largas perspectivas para a cêra de carnaúba, é de esperar-se uma impulsão do produto a exigir aumento de capacitação científica e tecnológica dos participantes do setor.
A PVP S.A. e a Tropical Cêras do Brasil Ltda., sua coligada, produzem todos os tipos de cêra de carnaúba, detendo, inclusive, patente de processo exclusivo e fabricação. Disponibilizamos também tipos especiais de cêras e desenvolvemos pesquisas continuadamente. Há anos desenvolvemos e fizemos demonstrações de um secador de palhas de carnaúba construído com a utilização de plástico flexível nas laterais, e plástico transparente rígido na cobertura. O emprego de tais secadores onde a palha é seca em menos de 24 horas resultará numa produção de um pó cerífero com cerca de 6% de impurezas, apenas e um rendimento em cera final de 94% calculada a porcentagem sôbre o pó processado. Como o rendimento do pó por palha passa de uma média de 5,5 gramas de pó para 7.8 gramas de um pó bem mais limpo, obtem-se um ganho de cera final de 100% sôbre o que era obtido com a secagem ao sol como habitualmente se processa. Ainda no governo do atual Senador “Mão Santa”, foram construídos dois secadores experimentais e analisados os resultado por professores da Universidade Federal do Piauí, que confirmam os ganhos anteriormente referidos, no relatório que apresentaram. Plantas de secadores para 10 e 20 milheiros de palhas por dia estão disponibilizados por nós, para quem se interessar. O custo do secador pequeno deverá situar-se em torno de 5 a 6 mil Reais e o do maior em 8 a 10 mil Reais. O Governo do Estado do Ceará estará construindo neste ano 12 secadores dos grandes e, parece que o Estado do Piauí também começa a desenvolver gestões para a construção de Secadores no nosso Estado.
Os mesmos secadores poderão ser utilizados para a secagem de grãos que sejam depositados em bandejas para que o ar passe através deles. Também poderá secar palha moída no caso de se conseguir desenvolver um processo para a obtenção de celulose em duas etapas, uma a ser realizada no campo e outra a ser realizada em grandes unidades industriais. O interesse em dividir o processo é pelo teor de proteína que a palha tem e que se dividirmos a operação ficará no campo, nos resíduos orgânicos separados da parte fibrosa. Dados antigos indicavam ser o teor de proteína na palha de 17% entretanto técnicos da Secretaria de Agricultura do Estado do Ceará informam só haver determinado um teor de 8%. Ora como a parte celulósica da palha representa 30% do peso da folha, os 17% se tornarão mais de 20% no bagaço e os 8% mais de 10. Portanto muito útil à alimentação do rebanho animal da região. Com perseverança e determinação estaremos dando início a uma nova etapa na produção dos produtos da carnaubeira os quais serão capazes de dar ao nosso produtor rural uma estrutura que até aqui não conseguiu ter.
Fonte: http://www.fnt.org.br/artigos.php?idpessoa=20
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/01/Carnauba.jpg/800px-Carnauba.jpg
http://www.pvp.com.br/
acesso em junho de 2008
Agradeço ao INPI/FINEP pelo envio de informações em junho de 2008 para composição desta página
acesso em junho de 2008
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