O desenvolvimento da tecnologia DHR (Dedini Hidrólise Rápida), uma tecnologia revolucionária de produção de álcool combustível, é um mérito do empresário Dovílio Ometto, principal acionista e presidente da Dedini S/A Indústrias de Base, sediada em Piracicaba/SP. “É importante reconhecer a visão que o empresário Dovílio Ometto teve em todo esse processo”, afirma José Luiz Olivério, que até recentemente foi o chefe da equipe que trabalha para implantar a tecnologia em escala industrial, previsto para agosto do próximo ano, “ele sempre acreditou no DHR, mesmo nos momentos de crise econômica, e o transformou em um projeto pessoal”, acrescenta o engenheiro.
Desde que começou a ser pesquisada, a tecnologia DHR, que consiste na utilização do bagaço da cana-de-açúcar para produção de álcool, já consumiu R$ 12 milhões, sendo R$ 9 milhões da Dedini e R$ 3 milhões da Copersucar, que há quatro anos se tornou parceira no projeto. Desde fevereiro de 2002, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também passou a ter participação no projeto. O engenheiro da Dedini afirma que o Brasil é o detentor da tecnologia mais avançada do mundo no processo de hidrólise para a fabricação de álcool. A tecnologia DHR é 100% nacional e a mais avançada do mundo, já que os Estados Unidos e a Europa também pesquisam processos de hidrólise para a produção de álcool.
Atualmente, instalada no CTC da Copersucar, em Piracicaba, a unidade piloto está produzindo 100 litros de àlcool /dia. A nova Planta, Semi-Industrial produzirá 5.000 litros/dia e será instalada na Usina São Luis em Pirassununga, do Grupo Dedini. O DHR, patenteado em vários países do mundo, tem inúmeras vantagens, a principal é que vai incrementar substancialmente a produtividade de uma Destilaria, que hoje produz 7.740 l/há, com o álcool de bagaço será de 13.800 l/ há, com o pleno desenvolvimento da tecnologia DHR. “Outra grande vantagem é que vai competir com a gasolina a US$ 18 por barril” explica José Luis Olivério, Vice-presidente de Operações da Dedini. A Dedini é a única empresa brasileira que atende de ponta a ponta todo o mercado sucroalcooleiro, em sua necessidade por equipamentos. Detém tecnologias das mais avançadas e atualmente desenvolve diversas pesquisas que contribuem para alavancar o segmento.
Reduzir o custo do álcool combustível em até 40% e dobrar a produção sem a necessidade de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar; tornar o produto competitivo com a gasolina no mercado internacional mesmo quando o barril de petróleo estiver cotado em US$ 11 (atualmente oscila entre US$ 26 e US$ 28), de forma que os países que usam o etanol como aditivo passem a utilizá-lo como combustível. Essas são algumas vantagens de se produzir álcool a partir do bagaço da cana, pela tecnologia DHR. Atualmente, o álcool é produzido a partir do caldo da cana, formado basicamente por açúcar. O método apresentado por Olivério é conhecido como DHR (Dedini Hidrólise Rápida) e consiste na utilização do processo de hidrólise, transformando o bagaço da cana em açúcares, que, fermentados e destilados, resultam em álcool. Embora o sistema já tenha alcançado pleno desenvolvimento tecnológico, ainda está em fase de “scale-up” para ser implantado em escala industrial.
De acordo como o engenheiro Olivério, todo o bagaço atualmente usado no abastecimento das caldeiras para a co-geração de energia elétrica, para consumo próprio nas usinas/destilarias, poderá ser destinado à produção de álcool. Isso significa que o potencial da indústria será duplicado sem a necessidade de se aumentar a área plantada de cana. “Se hoje uma unidade produz seis mil litros de álcool com a cana de um hectare, pelo processo DHR produzirá 12 mil litros, sendo seis mil resultantes do bagaço”, esclarece Olivério. A palha da cana, que atualmente é queimada para facilitar o corte no campo, substituirá o bagaço na geração de energia para consumo próprio. O processo DHR permite ainda a utilização de dois subprodutos que são combustíveis: a lignina e a vinhaça, que poderão ser acrescentadas à palha no abastecimento das caldeiras. “O bagaço é usado para gerar energia porque tem pouco rendimento econômico”, diz Olivério, “quando se transformar em matéria-prima do álcool, as usinas terão um bom motivo para investir em sua otimização energética, fazendo da palha o combustível da caldeira”, explica o engenheiro.
Na atual fase em que se encontra, o sistema DHR produz 109 litros de álcool hidratado com uma tonelada de bagaço in natura. Com essa produção, o custo é de R$ 0,40/litro, o equivalente ao sistema tradicional. Olivério afirma que quando a tecnologia estiver em seu potencial máximo de operação industrial, será possível produzir 180 litros com a mesma tonelada de bagaço, o que derrubará o custo para, aproximadamente, R$ 0,24 em valores atuais. “A tecnologia DHR vai evoluir de acordo com a sua utilização”, afirma o engenheiro. Quando o País começou a produzir álcool hidratado, em meados dos anos 70, o custo de produção era o dobro do atual. “A mesma coisa vai acontecer com o processo DHR”, garante.
Fonte:
http://www.udop.com.br/tecnologia/materias/tec_30_08_01.htm
http://www.udop.com.br/tecnologia/materias/tec_05_06_01.htm
http://www.udop.com.br/tecnologia/materias/tec_28_08_01.htm
acesso em janeiro de 2003
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