Selante BOPP

A petroquímica brasileira Braskem passará a produzir no Brasil uma nova linha de selantes para filme de polipropileno bi-orientado (BOPP). Trata-se de um complicado nome para algo muito consumido: são filmes usados em embalagens de alimentos, como bolachas e chocolates, de cigarros e rótulos de garrafas de refrigerantes. O produto já tem marca própria, Braskem Symbios. Foi desenvolvido pelos pesquisadores da própria companhia, no Centro de Tecnologia e Inovação Braskem, localizado em Triunfo, Rio Grande do Sul, onde há uma planta industrial da empresa que fabricará o produto. O desenvolvimento do produto demorou um ano e recebeu investimento de R$ 2 milhões. Não houve participação de universidades e centros de pesquisa e nem financiamento da Finep para se chegar ao Braskem Symbios. Participaram do desenvolvimento desse selante um doutor, três mestres e um técnico, todos profissionais da empresa. 

A substituição de importação do selante faz parte da estratégia da Braskem de ampliar a oferta de produtos para a indústria de plástico nacional, de modo a aumentar a competitividade dessa cadeia produtiva. Em comparação direta com o preço do produto importado, o Symbios custará 5% a menos, segundo Edison Terra Filho, diretor de marketing estratégico e supply chain da Unidade de Poliolefinas da Braskem. Existem outros custos associados ao produto importado não contabilizados nessa conta, como risco cambial, desabastecimento por dificuldade de chegada do produto a tempo em função de greves etc. A produção local contribuirá para o desempenho da balança comercial brasileira. Segundo o jornal Valor Econômico, 12 mil toneladas de selante para BOPP são importados pelo Brasil, uma receita de US$ 15 milhões. Estimativas indicam que o mercado mundial desse selante seja de US$ 375 milhões, um mercado que está crescendo. Segundo a Braskem, o crescimento médio anual de consumo desse tipo de filme tem sido de 20%. Em 2002, o setor de embalagens consumiu 76 mil toneladas de selante para BOPP, enquanto no ano 2000 foram 70 mil toneladas. A indústria nacional de plásticos tem capacidade instalada de produção do BOPP de 120 mil toneladas por ano, número que deve saltar para 150 mil toneladas até o final de 2004.

No entanto, essa substituição de importações ainda não se dará completamente esse ano. De acordo com o Valor, a Braskem vai negociar 6 mil toneladas – metade do mercado nacional – em um ano porque a linha Symbios só estará completa no decorrer desse período. Aí sim a empresa passará a competir por todo o mercado brasileiro. Em três anos, a companhia pretende ser a líder em selante para BOPP em toda a América do Sul. Atualmente, a Basell, dona de 50% da Polibrasil, a maior fabricante de polipropileno da América Latina, é a principal produtora de selante para BOPP. Ela atende o mercado nacional, produzindo o selante na Europa. Na América do Sul, um dos grandes fabricantes e concorrentes da Braskem é a Petroquímica Cuyo, companhia Argentina (JS) 

Fonte: 
http://www.inovacao.unicamp.br/report/news-braskem.shtml
 
acesso em junho de 2004
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