Pneu Duplo

O argentino naturalizado montenegrino Máximo Calullerovich idealizou seu invento em 1942, aos 10 anos, quando ainda morava na Iugoslávia. Em junho de 1971 ele fez o depósito da patente do pneu duplo no Brasil e alega que o pneu Acqua Contakt fabricado na Alemanha desde 1993 e o Acquatred da Goodyear são cópias de sua invenção, sem que tenha recebido qualquer retorno financeiro: “É no mínimo estranho que seja fabricada uma cópia do pneu que criei justamente na Alemanha (registro DE2227175), país onde me negaram a patente. Com uma simples observação é possível perceber que o similar alemão possui a mesma base técnica do meu pneu duplo”, alega Máximo. O inventor espera conseguir respaldo legal para provar sua causa. O polêmico pneu possui duas bandas de rodagem montadas em um aro duplo, o que diminui os riscos de capotagem do veículo em caso de estouro e acquaplanagem (interposição de uma película d’água entre a banda do pneu e o solo, provocando deslizamento do veículo): “não era muito ligado em automóveis, mas, por observação, percebi que alguma coisa tinha de ser feita para o pneu poder respirar melhor”, comenta.

 

“As duas bandas separadas dão maior segurança e estabilidade ao veículo. Em caso de estouro do pneu, o perigo de descontrole do automóvel diminui consideravelmente. Por esses motivos, o pneu duplo estará dominando a indústria automobilística em pouco tempo”, acredita o argentino. Especialista em máquinas fotográficas, Máximo garante que idealizou o pneu quando menino, quando observou que o estouro dos pneus causava grande número de acidentes na Iugoslávia, país onde morava. O projeto se estendeu por 25 anos, até o invento ser registrado no Brasil em 1971. Máximo entrou na justiça contra a Goodyear, na 22 Vara Cível do Rio em 1996: “não dei qualquer licença, autorização ou transferência de propriedade à Goodyear, revela Máximo que afirma que quanto idealizou o invento enviou uma carta à Goodyear expondo as ideias que o levaram a criar o pneu duplo”.

Em agosto de 1971 a Goodyear respondeu, pedindo que o argentino enviasse as ideias para a matriz em Ohio, EUA. O inventor espera um reconhecimento: “Espero que a Goodyear não comece a fabricar o produto no Brasil, como sendo resultado de suas pesquisas de fábrica”. Um novo pedido de patente foi feito em 1992, referente a um aperfeiçoamento na invenção original de 1971. A Goodyear argumenta que a patente de 1971, cuja vigência é de 15 anos, já caiu em domínio público, e a patente de 1992, na verdade, trata-se apenas de um depósito, visto que ainda não foi examinada pelo INPI: “não existe nenhum direito de invento a ser questionado, pois não passa de expectativa de direito, que só será concretizada caso o privilégio venha a ser concedido”.

Fonte: http://www.vaccarimotori.it/pneumatici_tutte_stagioni.html

acesso em abril de 2003

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