Esplanada

Nem bem os estandes do Salão do Automóvel de 1966 tinham sido desmontados e uma das grandes novidades lá apresentadas já mudava de mãos. A Simca, que tinha mostrado o Esplanada, sua grande cartada para encarar a concorrência, foi comprada pela Chrysler. Num primeiro momento, a fábrica americana teve dúvidas quanto a colocar sua marca naquele quatro portas, sucessor do Chambord. E com razão: os primeiros Esplanada carregavam alguns dos defeitos que fizeram muitos proprietários de Simca se arrependerem do dia em que tiraram um da revenda. Mas os pontos fortes (suspensão, freios, direção e estabilidade) falaram mais alto e a Chrysler acabou bancando sua produção, afastando os boatos de que seria substituído pelo Valiant. Uma das primeiras providências foi despachar dois carros para testes em Detroit. A matriz determinou que de imediato fossem feitas 53 modificações. Para conquistar os compradores, foi adotada uma política agressiva e inovadora. Quem investisse 19500 cruzeiros novos (65228 reais em valores de hoje!) num Esplanada tinha garantia de dois anos ou 36000 quilômetros. Uma ousadia. Em preço, ele empatava com o Itamaraty, a versão luxuosa do Aero Willys. E custava 5500 cruzeiros novos a menos que o Galaxie.

Mesmo sem que a Chrysler tivesse resolvido todos os problemas de origem – a embreagem teimava em patinar e o diferencial continuava roncando –, o carro começou a ganhar credibilidade. A vida do Esplanada foi curta, terminou em 1969. Foi o tempo suficiente para aquecer o público para a entrada no palco da estrela maior, o Dodge Dart de quatro portas, apresentado no final daquele ano pela Chrysler.

Fonte: http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/grandesbrasileiros/1102esplanada.shtml
acesso em novembro de 2005
 
envie seus comentários para [email protected].

Posso ajudar?