“Aero Willys”

Os estudos para a produção do Aero Willys nacional foram iniciados em 1958 e incluíram uma série de exaustivos testes, visando melhor adequar o modelo às nossas condições. Lançado em março de 1960, o “Aero” continuava sendo objeto de contínuos melhoramentos (foto ao lado exemplar nacional modelo 1961). O primeiro Aero fabricado no Brasil tinha a carroçaria lembrando o modelo americano de 1955 importado até então, porém o motor era o utilizado nos Aeros de 1952. É interessante lembrar também que já em 52 era oferecido como opcional o câmbio “overdrive”, mas que nunca foi colocado à disposição nos modelos produzidos no Brasil. Os Aeros 1955 tinham o tradicional motor 6 cilindros, porém com 115 hp. O câmbio poderia ser de 3 marchas sincronizadas com opção “overdrive” ou câmbio automático (Hidra-Matic da GM). Houve ainda outra opção de motorização, pois, os Aeros Americanos modelo 1954 chegaram a ser fabricados com motor Kaiser 226. O painel era diferente, assim como o acabamento interno. 

Em 1960 o índice de nacionalização do modelo produzido no Brasil não passava de 40% e inicialmente o Aero nacional era para se chamar “BRASÍLIA”. A primeira mudança ocorreu em 1962 e já representava uma etapa na realização de um carro de concepção bem nacionalizada. O modelo 62 apresentava ainda a mesma aparência básica de seu predecessor americano. O principal detalhe externo era o friso lateral reto, que no modelo americano era em Z separando a pintura em duas cores (saia e blusa). Considerado o primeiro carro inteiramente concebido e construído no Brasil. As alterações foram chamadas de “projeto 213”, sendo o projéto concebido em 1957 pelo estilista americano Brook Stevens.Pronto para à apresentação recebeu o nome de “Aero 2600”. Este projeto inicial de 1957 acabou por influenciar também as frentes da Rural (esta reestilizada também por Brook Stevens), do Itamaraty 66 e do Corcel 68. Interessante notar que o primeiro Aero 2600 utilizava a base, o capô, a tampa do porta malas e as portas do antigo Aero-Willys. Exceto a tampa do porta-malas, as outras peças citadas foram utilizadas até o fim da sua produção em 71. 

No principio era uma idéia arrojada, depois começou o trabalho e a idéia foi se concretizando, Não eram uns sonhadores. Sabiam o que queriam, E surgiu o primeiro carro concebido no Brasil, para demonstrar que automóvel também era nosso. Foi em 1961 que a diretoria da Willys Overland do Brasil tomou a decisão: O Aero Willys 1963 seria um carro inteiramente novo, com estilo próprio e linha inédita no catálogo internacional. Criar um carro era coisa nova no Brasil, envolvendo problemas de toda espécie, muitos dos quais ninguém imaginava. O início da fabricação deu se em outubro de 1962 e sua primeira aparição foi em outubro de 62, Paris, no mais famoso Salão do Automóvel do mundo. Entre muitas novidades internacionais aparecia, um monobloco brasileiro, 110 cavalos no motor, concepção e estilos novos um “Carrão”. Era o primeiro carro concebido e construído na América Latina. O projeto 213 que de fevereiro de 61 a julho de 63 absorveu 129.403 horas regulares e 43.508 horas extras (o equivalente a 60 anos de trabalho de um homem) estava concluído e chamaria “Aero Willys 2600”. 

A data de 1963 era importante para a Willys pois comemorava-se os 60 anos que lançara seu primeiro veiculo, o “Overland 1903”. O Brasil então contava ao lado de numerosos carros de fabricação nacional com o pioneiro genuinamente brasileiro o Aero Willys 2600 – 1963. As primeiras peças, como os primeiros carros eram inteiramente feitas à mão. 

Remodelada a traseira (tornou-se mais baixa com novas lanternas e a frente ganhou novos contornos no farol, houve mudanças nos frisos, novas cores, novo padrão de estofamento. Em 1966 foi a vez do lançamento de uma nova versão mais luxuosa batizada de Itamaraty ( Uma revista o chamou de “um palácio sobre rodas”), Ele vinha equipado com bancos de couro, ar condicionado opcional com saídas de ar traseiras, nova frente e nova traseira. No Aero 1967 houve mudanças pouco significaticas, a lanterna traseira passa a ser composta por 3 partes distintas (Vermelho/amarelo/branco), e novo painel com 5 instrumentos separados o anterior era de 3 instrumentos sendo gasolina/temperatura, velocimetro/hodômetro e bateria/óleo.

Nesse Ano a grande mudança ocorreu no Itamaraty que ganhou nova frente, novas calotas, novas lanternas traseiras, e novo acabamento. Em 67 também foi criado o Itamaraty Executivo ( a primeira limousine brasileira de série), contava com vários opcionais – poucas unidades foram fabricadas. 1097 foi considerado o melhor ano dos Willys. De 67 a 72 poucas modificações ocorreram na linha Aero, a mais significativa foi o motor, que passou a 3000cc. Mudaram os padrões de acabamento e novas cores foram adotadas. Depois da compra da Willys pela Ford os automóveis passaram por muitas modificações, tendo sido inclusive enviados para teste no Estados Unidos. Diversos itens do Ford Galaxie (Modelo de luxo lançado pela Ford em 1967) foram incorporados no Aero e Itamaraty, tais como: Sistema duplo de freios, sistema de limpadores do párabrisas, detalhes internos, etc. 1968 Passa a ser fabricado pela Ford-Willys, que retira de linha o Itamaraty Executivo ( a Ford alegara que não mais justificava a sua produção pois a Ford Fabricava também o Ford Galaxie 500).

Lançado em 1960 (com 40% de nacionalização, identico ao americano Aero Agle, motor brasileiro BF161 – 90cv/2600cc) sua dinastia durou até 1971. Na versão 1965, época do seu auge, a grande novidade eram o câmbio de quatro marchas sincronizadas – a primeira já podia ser engatada com o carro em movimento. O banco dianteiro inteiriço, revestido de plástico e com espaço para três pessoas, é mais confortável que muitos sofás de sala de espera. O painel, de metal, já vale a viagem. 

Fonte: http://www.angelfire.com/wi/willysbr/aero.html 
http://quatrorodas.abril.com.br/classicos/grandesbrasileiros/0202willys.shtml
acesso em novembro de 2005
 
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