Transa

O ano: 1972. A inspiração: Transamazônica. Foi pensando nos terrenos alagadiços da região amazônica que surgiu o projeto do primeiro veículo anfíbio brasileiro, prontamente chamado de Trans-Am ou, mais simplificadamente, Transa. Chamá-lo de anfíbio seria pouco, já que suas características seriam apropriadas para qualquer tipo de terreno, não só água e terra firme, como se espera de um anfíbio convencional, mas qualquer mistura destes dois “ingredientes”. Para tanto, o Transa era equipado com seis rodas motrizes (configuração 6X6), suspensão independente para cada roda e dois sistemas de direção, além de hélice náutica. Para transposição de alagados e rios seria feito o uso da hélice, sendo o direcionamento do veículo feito pelas rodas dianteiras e traseiras, através de volante convencional. Para terrenos instáveis, o sistema de direção empregado é o mesmo dos tratores onde, através de duas alavancas, é feito o freio das rodas do mesmo lado que se pretende girar o veículo. Para direcionar o veículo em piso firme entra em ação o outro sistema de direção, onde as rodas dianteiras giram em sentido oposto às traseiras, permanecendo as centrais fixas. Além de evitar o arrasto dos pneus em curvas, já que o entre-eixos do Transa era pequeno, este sistema permitia um raio de giro extremamente pequeno, ideal para situações onde o espaço de manobras é limitado.

Mesmo com todos estes predicados, o Transa ainda contava com um guincho de acionamento mecânico, muito útil para “içar” o veículo nas barrancas de rios. O único componente “de linha” era o motor, um boxer VW de 1600cc, o que permitia ao Transa uma velocidade máxima de 80km/h na terra e 7nós na água (aproximadamente 15km/h), isso com a capacidade máxima de carga, que era de 500 kg mais quatro passageiros. A carroçaria era constituída de uma estrutura tubular metálica revestida com fibra de vidro, o que permitia leveza e resistência ao conjunto. Este sistema, patenteado pelo idealizador do Transa com o nome de Plasteel, foi utilizado em todos os outros veículos da marca. Para quem ainda não adivinhou, estamos falando da Gurgel e a foto ao lado, tirada nas antigas instalações no bairro do Bosque da Saúde, em São Paulo, comprova a existência do protótipo, que só não foi produzido em série por causa do custo proibitivo para os padrões da época. Não fosse este “pequeno detalhe”, o panorama do Off-Road nacional com certeza seria outro.

Fonte: http://www.uor.com.br/default.asp?pg=/curiosidades/transa.htm
acesso em agosto de 2007
 
envie seus comentários para [email protected].

Posso ajudar?