A USP está licenciando a patente para um fluido de corte – utilizado na indústria para refrigeração e lubrificação de ferramentas de corte – produzido a parte da mamona. A fórmula, já patenteada, não provoca danos à pele dos operadores de máquinas, além de não apresentar dificuldades de descarte, como acontece com os fluidos que usam aditivos organoclorados.
Sobre a nova formulação de compostos derivados do óleo vegetal de mamona, pesquisa coordenada pelo professor João Fernando Gomes de Oliveira, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), o site da ISIS Innovation (www.isis-innovation.com/licensing/70639.html) diz ser caracterizado pela eficiência como lubrificante para aplicações industriais, especialmente nos processos de corte. A ISIS Innovation Ltd. auxilia os professores na gestão dos projetos de consultoria prestados e trabalha com instituições e empresas no processo de gestão da propriedade intelectual, transferência de tecnologia e criação de novos negócios (spin-outs). Mesmo sendo uma empresa privada, com gestão e procedimentos empresariais, a ISIS Innovation é 100% pertencente à Universidade de Oxford.
Os fluidos de corte são essenciais na produção de peças metálicas para bens de consumo, mas provocam danos à saúde dos operadores de máquinas e são de difícil descarte. Para resolver estes problemas, um grupo de pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP criou e patenteou um fluido biodegradável à base de óleo de mamona, que não usa as substâncias dos líquidos de corte à base de petróleo.
“Os fluidos servem para refrigerar serras, broca, ferramentas em tornos e em máquinas abrasivas, aumentando sua vida útil e garantindo a qualidade das peças produzidas”, conta o professor da EESC, João Fernando Gomes de Oliveira, que coordenou a pesquisa. “Entretanto, além do óleo integral de petróleo são usados aditivos organoclorados e até enxofre, causando dermatite nos operadores de máquinas e dificultando o descarte”. Os pesquisadores testaram várias formulações do líquido de corte, modificando a concentração de água. “Os melhores resultados foram obtidos com 50% de óleo de mamona e 50% de água”, conta o professor. “Essa mistura leva a uma redução maior do calor, melhorando o desempenho das máquinas.” A mistura mais usada em indústrias utiliza 5% de óleo integral de petróleo, além de aditivos.
O fluido com óleo de mamona apresenta a vantagem de ser produzido a partir de uma fonte renovável. “São acrescentados apenas um detergente, que faz a ligação entre óleo e água, um anti-corrosivo e um bactericida. Os melhores resultados foram obtidos com 50% de óleo de mamona e 50% de água”.
O líquido, de cor castor – ou parda; o fluido com óleo mineral é branco – não provoca irritação nos operadores de máquinas. “O bactericida é necessário para evitar a proliferação de microorganismos que alteram as propriedades do fluido”.”Por ser altamente biodegradável, o líquido pode se degradar mais rapidamente se a concentração de bactericida não for adequada”, explica Oliveira. “Mesmo que o controle precise ser mais constante, ele é mais simples, pois consiste na medição do pH (acidez) do fluido”.
João Fernando Gomes de Oliveira Possui Graduação em Engenharia Mecânica (1982), Doutorado em Engenharia Mecânica (1988), Livre Docência (1992) pela Universidade de São Paulo de São Carlos e pos-doutorado pela University of California – Berkeley (1994). Atualmente é Professor Titular da Universidade de São Paulo, membro do corpo editorial dos periódicos: Journal of Engineering Manufacture, Journal of Manufacturing Science and Engineering, Machining Science and Technology. É membro da Associação Brasileira de Ciências Mecânicas – ABCM, da Society of Manufacturing Engineers – SME e da International Academy for Production Engineering – CIRP onde é Vice chair do Grupo Técnico Cientifico sobre Processos Abrasivos. É Representante da Área de Engenharias III da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e Presidente da Agência de Inovação Fábrica do Milênio. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Maquinas de Usinagem, atuando principalmente nos seguintes temas: retificação de precisão, monitoramento de processos e de sistemas de produção. Coordena o Instituto Fábrica do Milênio, projeto nacional com mais de 600 pesquisadores sobre manufatura, cujo objetivo é o de promover o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira. Tem mais de 200 trabalhos publicados em periódicos, congressos, revistas e jornais e 4 patentes no INPI. Desenvolve pesquisas em colaboração com empresas e é consultor. As empresas parceiras incluem a TRW Automotive nos EUA, Europa e Asia e a Saint Gobain Abrasives nos EUA. Já apoiou a criação de 2 novas empresas de alta tecnologia.
O pedido de patente PI0405554 refere-se a “FLUIDO DE CORTE PARA RETIFICAÇÃO À BASE DE ÓLEO DE MAMONA”. Refere-se a presente invenção a um fluido de corte para o processo de retificação tendo como constituinte básico óleo de mamona sulfonado, com formulação composta por 3 aditivos que são: um bactericida, um anticorrosivo e um agente emulgador, todos estes produtos são ambientalmente adequados, com alta concentração de óleo de mamona sulfonado (40%), cujo uso no processo de retificação é indicado que o mesmo seja aplicado a uma diluição de 45% em água, sendo um produto biodegradável, proporcionando uma redução no custo de disposição e tratamento destes resíduos da indústria de manufatura e descarte no meio ambiente, portanto, um produto ecologicamente correto.
Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010170071011
http://www.isis-innovation.com/licensing/70639.html
http://www.cimm.com.br/portal/noticia/exibir_noticia/?idNoticia=2082
http://www.usp.br/agen/repgs/2006/pags/217.htm
http://www.prod.eesc.usp.br/sep/index.php/banco_de_dados/docentes/joao_fernando_gomes_de_oliveira_professor_titular
acesso em maio de 2008
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