Palmilha DorsiFlex

A palmilha Dorsi-flex, foi lançada em 2000 no Congresso 50 anos de Medicina e Reabilitação, que marca meio século da Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD). A palmilha, que levou três anos para ser desenvolvida foi criada para substituir as talas usadas por pessoas com problemas musculares, sequelas de acidentes vasculares, traumatismos, paralisia cerebral ou lesão medular. A palmilha é indicada para quem arrasta o pé – deficiência conhecida como pé caído ou equino. Colocada no calçado e presa a um sensor elétrico, ela estimula os músculos paralisados no momento em que a pessoa tira o calcanhar do chão. Quando o calcanhar toca o solo, a corrente elétrica automaticamente se desliga. Pequenas descargas elétricas acionam os músculos fibular e tibial, responsáveis pela ação de levantar o peito do pé (dorsiflexão), evitando que a pessoa com essa mobilidade comprometida por danos neurológicos arraste o pé ao andar. A palmilha exige adaptação de três meses em média. Segundo o inventor, o engenheiro Milton Oshiro Milton Oshiro, 46 anos. “É uma revolução para os pacientes que arrastam o pé, por problemas neurológicos”.

 

A palmilha é uma invenção do laboratório de bioengenharia da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), criado em 1996. O centro foi criado com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Munida de uma pequena bateria, a palmilha libera descargas elétricas quando o paciente apoia a sola no chão. Assim, agindo como um neurônio, ela estimula o músculo responsável por levantar o peito do pé, o que evita o “arrastar” comum às pessoas que se utilizam das goteiras. Resultado do investimento de R$ 300 mil, a palmilha deve chegar ao deficiente por cerca de R$ 400. O inventor da nova tecnologia é engenheiro formado pela Faculdade de Engenharia Industrial de São Bernardo do Campo. Antes disso, trabalhou 15 anos no setor de pesquisas do Incor, onde se especializou em aparelhos hospitalares. Inventou outros aparelhos, como um encosto anatômico para pessoas com problemas de coluna cervical. Mas, a palmilha é sua obra-prima. Tanto que Oshiro faz planos para 2001. “Darei palestras aos médicos e fisioterapeutas para mostrar como deve ser feita a adaptação da palmilha nos pacientes”, conta. “Assim o tratamento será completo.”

“Esta órtese tem como função restabelecer a contração muscular dos músculos paralisados durante a marcha, substituindo a função cerebral”, explicou Antônio Carlos Fernandes, diretor clínico da AACD. Este aparelho substitui as talas ou goteiras convencionais indicadas na reabilitação das paralisias da musculatura da perna e do pé. A palmilha é colocada no calçado, na qual se prende um sensor elétrico de contato, próximo ao apoio do calcanhar. Este sensor se liga a um estimulador eletrônico que, através de eletrodos autoadesivos, ativa os músculos paralisados por meio de uma corrente elétrica. Oshiro afirmou que a palmilha permite que a pessoa suba escadas sem apoio, melhore a velocidade da marcha e até corra, o que “não é possível com a órtese convencional”. “Porém, a utilização da palmilha exige um processo de adaptação, acompanhado por fisioterapeutas, para que ela cumpra sua função”, destacou Oshiro. A palmilha funciona com uma bateria comum de 12 volts, que dura até 40 mil passos. O equipamento pode ser utilizado até oito horas por dia. “Mais que isso, causa fadiga muscular”, advertiu Fernandes.

 

Fonte: http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2000/12/08/ger106.html (cache Google)

http://www.geocities.com/to_usp.geo/aacd.html

http://www.terra.com.br/istoegente/75/reportagem/rep_milton_oshiro.htm

http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2000/dez/07/243.htm

acesso em dezembro de 2003

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