A ferramenta da Cammada já conta com mais de 150 fornecedores cadastrados, conquistando consumidores no mercado varejista.
O consumo colaborativo surge como uma das principais tendências derivadas do conceito de economia compartilhada. A partir dessa premissa, a Cammada criou a primeira plataforma on-line de impressão 3D desenvolvida para intermediar oferta e demanda, como o Uber no mercado de transporte urbano e o Airbnb no mercado imobiliário.
A Cammada surgiu quando João Pedro Faro e seus quatro sócios – os designers de produto Bernardo Clarkson, José Luis Oliveira e Jefferson Araújo, e o desenvolvedor de programação Harrison Mendonça – identificaram que o mercado brasileiro concentrava um alto número de impressoras 3D ociosas. No mercado brasileiro havia um grande número de fornecedores de impressão 3D (printers) pulverizados, mas nenhum com demanda expressiva.
“Daí surgiu a ideia de criar um ambiente virtual para facilitar a compreensão de um cliente leigo e dar a oportunidade de canalizar o desejo de imprimir uma ideia”, explica João Pedro.
Para muitos, a impressão 3D é incerta, mas quem observa bem pode enxergar significativas possibilidades. Um exemplo está na indústria, que desenvolve novos produtos. Gastar 10% a menos na fase de prototipagem é uma vantagem competitiva no mercado brasileiro. Outro benefício está no potencial de customização do produto final. Já existem projetos de próteses totalmente sob medida para pessoas deficientes. A indústria odontológica também está avançando na modelagem de dentes para impressão em resina.
“Prevemos um futuro muito promissor na fabricação de peças para reposição. Hoje a indústria tem um custo marginal alto para atender a essa necessidade de menor escala. O mercado de impressão 3D pode colaborar com essa demanda”, destaca Harrison Mendonça.
Criada para disseminar a impressão 3D e conquistar a venda no varejo, o novo negócio surpreendeu com pedidos em escala. Os sócios estão no mercado desde janeiro de 2016 e em menos de um ano haviam concluído mais de 200 pedidos e mais de 3 mil peças impressas. O novo negócio surgiu com baixo investimento e com uma regra de mercado para facilitar a formação de preço automático do serviço. A base são atributos simples: material, cor e tipo de impressão que são disponibilizados no site da empresa permitindo que qualquer pessoa encontre o serviço procurado. Atua também como um agente de atendimento ao consumidor SAC 2.0. A ideia é ajudar os clientes tirando dúvidas a respeito dessa nova tecnologia, que começa a chamar a atenção.
Hoje, interessados de todo o Brasil podem ter acesso à plataforma, que já conta com mais de 150 fornecedores cadastrados, o que agiliza a comercialização. A empresa permite o pagamento on-line, promove a logística e assegura que o serviço será realizado no prazo determinado.
O crescimento do número de clientes tem feito com que a Cammada busque cada vez mais melhorar seus serviços, neste sentido, seus sócios têm trabalhado para melhorar processos internos e captar recursos por intermédio de editais públicos. A participação em feiras e encontros de startups também fez com que a empresa já tenha recebido proposta de investidores; porém, no momento, segundo João Pedro, optaram por manter a sociedade atual e estruturar melhor a empresa, visando propostas mais atraentes.
Demanda alta
Os números apontam que a demanda por esse tipo de serviço dobrará a cada ano pelos próximos cinco anos, passando a ser utilizada cada vez mais, tanto por empresas quanto por leigos. Hoje a Cammada tem atendido a uma clientela bastante variada: vai do cliente pessoa física, que solicita impressão de produtos já existentes, à pessoa jurídica, que desenvolve seus próprios produtos, mas nem sempre dispõe de todos os recursos para isso. Como exemplo, a modelagem 3D das peças.
A Cammada dispõe de tecnologia e profissionais que modelam os produtos, por intermédio de softwares específicos, para a posterior impressão em 3D.
Entre os trabalhos já realizados estão o gerenciamento da impressão dos 300 braceletes distribuídos pela Renner em um evento de moda. Solução também para uma empresa de engenharia, que desenvolvia um produto e precisava de um protótipo. Segundo Harrison Mendonça, ela teria que desembolsar R$ 3 mil reais para fazer cada molde da peça; com a impressão 3D, o valor caiu para R$ 200. Eles também têm recebido solicitação para impressão de peças de reposição esgotadas para máquinas, assim como de designers de moda, que desenvolvem anéis e braceletes para serem complementados com acabamentos específicos.
Fonte: http://empreendedor.com.br/noticia/102257/
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