“Cafezinho de Bolso”

A invenção e a comercialização de um kit de preparo instantâneo e descartável de café está mudando a vida de dois representantes comerciais, Adílson Sanches e Luiz Fabichak. Nos últimos três anos, eles investiram R$ 200 mil para criar o Drip Coffee, uma nova forma de fazer o tradicional cafezinho, que já conquistou clientela entre hotéis, flats, escritórios, hospitais e lojas de conveniência. O kit reúne uma tigela de plástico com coador, pó de café, açúcar e um copo plástico. “É só despejar água fervente e em dois minutos o café está pronto”, afirma Sanches, que utiliza a estrutura da sua distribuidora de copos descartáveis, a Panthor, em Votorantim (SP), para produzir a novidade. As vendas, iniciadas há seis meses, já rendem R$ 30 mil mensais. Com 12 funcionários e capacidade para quintuplicar a atual produção de 2 mil kits/dia, a Panthor procura representantes em outros estados e negocia a exportação do produto para os Estados Unidos, Grécia e Argentina.

 

O kit é composto de uma xícara, um recipiente-coador, com uma dose de café torrado e moído, sachê de açúcar, colherinha para mexer e uma barqueta que pode ser usada como lixeira. Todos os componentes são descartáveis, feitos com material atóxico e envolvidos em embalagem metalizada. O conjunto cabe na bolsa, ou no bolso do paletó. Só não vem a água, que tem que ser quente – 88 graus centígrados – para tirar o café bem no ponto. Os 6 gramas de grãos torrados e moídos, confinados entre dois filtros, propiciam 70 mililitros de café. “Fizemos uma pesquisa de mercado para saber o gosto do brasileiro”, disse Sanches. “Mas quem prefere o café mais forte, pode usar menos água”.

Ele e o amigo começaram a pensar no produto porque sempre foram inveterados tomadores de cafezinho. “Como sempre viajamos de avião e ficamos em hotéis, acabamos sentindo os problemas da qualidade do café servido nesses lugares.” Sanches disse que um dos inconvenientes é a garrafa térmica. “Depois de meia hora, a bebida entra em processo de fermentação e vai perdendo o sabor.” Além disso, a garrafa térmica exige a mão-de-obra para o preparo do café e provoca desperdício. “O que não é tomado logo, perde-se”, disse. Outra opção, o café solúvel, segundo ele, tem um gosto bem diferente do cafezinho fresco e o brasileiro não se habituou a ele.

 

Fonte:

http://pegn.globo.com/edic/ed130/ideias1.htm

http://www.estado.estadao.com.br/edicao/pano/98/09/05/eco870.html

 

acesso em março de 2002

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