“Catalisador para Fabricação de PUAPM”

Desenvolvido comercialmente em 1940, o polietileno é o plástico mais vendido no mundo atualmente. Isso ocorre principalmente pela grande versatilidade desse material, que pode ser quase transparente ou translúcido, rígido ou flexível, natural ou pigmentado. É facilmente processado, não-tóxico, não-higroscópico, etc. Outro fator fundamental para o seu elevado consumo é o seu preço bastante reduzido. O polietileno possui uma das mais simples estruturas de todos os polímeros e pode ser reproduzido através de vários processos que lhe conferem características próprias de densidade, peso molecular, distribuição de peso molecular e, conseqüentemente, explica-se a sua grande variedade de processos de transformação e de aplicações. É obtido pela polimerização do monômero gasoso etileno (CH2= CH2) em reator sob determinadas condições de temperatura e pressão. No processo de alta pressão obtém-se o PEBD e alguns tipos de PEMD, caracterizados por um alto grau de ramificações longas e curtas ao longo da cadeia principal. O processo de baixa pressão produz o PEAD e outros de PEMD com ramificações de menor número e comprimento. O PEBDL também é polimerizado em baixa pressão. Os PEAD APM ou PEUAPM (alto peso molecular, índice de fluidez = 2 ± 0,03) têm excelente resistências química, mecânica e ao stress cracking, sendo utilizado em embalagens de grandes volumes para produtos agressivos (tanque de combustível).

No rol das maiores na produção de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) e única a fabricar em toda a América Latina o PEUAPM (Polietileno de Ultra Alto Peso Molecular), a Polialden oferece duas possibilidades de PEUAPM: o grade UTEC 3040, destinado à moldagem por compressão, para se obter chapas semi-acabadas empregadas no revestimento ou usinagem de peças técnicas; e o UTEC 6540, para processos de extrusão por pistão (ram), resultando na confecção de tarugos e chapas semi-acabadas para usinagem de peças técnicas. A Polialden, instalada no pólo petroquímico de Camaçari, destina 90% da produção de polietireno de ultra peso molecular aos Estados Unidos e Europa. O ultra alto, como é chamado pelos especialistas, substitui a madeira, a cerãmica, o teflon, o náilon e os metais em aplicações que exijam grande resistência, tendo como vantagens a absorção de impactos, maior durabilidade, redução de incidência de ruídos e por ser quimicamente neutro é mais higiênico e não altera o ph da água. 

Embora todas as virtudes do material possam estar concentradas numa simples tábua de carne, o tultra alto é tipicamente aplicado em projetos de alta tecnologia. na indústria de bebidas por exemplo, reveste o trilho por onde passam as garrafas, reduzidno o atrito que poderia trazer prejuízos ao produto final. Também funciona como proteção da scaçambas que carregam grandes pedras, evitando danos à carroceria e diminuindo o índice de ruídos no momento de descarregar. Por permitir boa aeração, tem sido usado para a confecção de colchões destinados a pessoas queimadas, impedindo a necrose da pele. Pode ainda ser apliccado como elo de ligação entre o cavalo e a carroceria de caminhões. Ao contrário do metal normalmente usado nesta função, o ultra alto não precisa ser engraxado e não range. O coordenado de pesquisa e desenvolvimento da empresa, o químico Alan Kardec do Nascimento destaca necssidade e se estar aprimoração constante do produto. Ele trabalha desde o final da década de 70 na Polialden, tendo montado o Laboratório de Controle de catalisadores da empresa. os primeiros passos da pesquisa do ultra alto foram dados em parceria com o Cenpes, a partir de um convênio assinado em 1984 e que durou até 1990. Investindo 1,5 milhão de reais por ano em pesquisa (1% do faturamento bruto), a empresa criou novas parcerias para testes e ensaios, como a Universidade de São Carlos, Unicamp, UFRJ, UFMG e UFBA (onde Allan Kardec se formou). 

Para integrar o catálogo de fornecedores das multinacionais do setor, é preciso cumprir uma série de etapas. Depois da aprovação da primeira amostra e dos testes de desempenho, entra-se no mérito do preço, negociado à exaustão. Há ainda a questão da embalagem (formatos ou tamanhos inadequados podem retardar ou encarecer o transporte do produto, comercializado em pó). Para atender às exigências do mercado internacional, a Polialden teve de desenvolver um novo catalisador, que permitisse a redução das partículas. A empresa está dedicada a atender uma empresa norte-americana que encomendou uma variação do produto com características morfológicas específicas, o que exige um cuidados processo de depuração. 

A saída do mega grupo Basell, com sede na Holanda, do mercado de polietileno de ultra alto peso molecular (PEUAPM) e a venda de seus ativos comerciais para a Polialden Petroquímica S.A. prometem redesenhar o setor, com demanda mundial estimada em 100 mil toneladas/ano. A transação, cujos valores não foram divulgados, garante o acréscimo de 30 a 50 novos clientes internacionais à carteira da Polialden, único fabricante brasileiro de PEUAPM (marca Utec) e um dos líderes mundiais desse segmento. A iniciativa visa, entre outras ações, ampliar a atuação da companhia no exterior, principalmente nos Estados Unidos e Europa. “A empresa encerrou 2001 em 4o lugar no ranking dos produtores, mas estima ocupar a 2o posição já em 2003”, afirma seu diretor, Cleantho de P. Leite Filho. A Polialden é controlada pela Copene (66,6%) por meio da Conepar, tendo ainda em sua composição acionária a participação dos grupos japoneses Mitsubish Chemical (16,6%), Nisho Iwai (16,6%). O Utec é produzido com tecnologia 100% nacional, desenvolvida em conjunto com o Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes) e consolidada por meio de pesquisas em processo e catálise, conduzidas no laboratório e na planta piloto da Polialden. 

Fonte: http://www.planetaplastico.com.br/novo/literatura/usocomercial/usocomercial.html
http://www.plastico.com.br/revista/pm317/atracao4.htm
 
http://www.plastico.com.br/revista/pm329/noticias1.htm
 
Tecnologia & Inovação para a indústria, Sebrae, 1999, página 132
 
acesso em agosto de 2003
 
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