“Cirurgia de Mama para Retirada de Tumor”

“Para o diagnóstico precoce, o padrão ouro, o melhor exame, é a mamografia. Sem dúvida nenhuma”, afirma o chefe de Mastologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, José Aristodemo Pinotti. Se o resultado da mamografia indicar um tumor maligno, câncer de mama, na maioria dos casos o primeiro passo é a cirurgia. “Se o nódulo mede até três centímetros de diâmetro, nós propomos uma cirurgia conservadora da mama, a quadrantectomia. É retirado um quarto da mama, que é o tumor mais dois centímetros de cada lado, seguida da avaliação intra-operatória das margens cirúrgicas para se assegurar que as margens são suficientes”, explica o mastologista Alfredo Barros. O médico retira o tumor. Imediatamente, um patologista, que está na sala de cirurgia, analisa a área em volta do nódulo retirado para ter certeza de que não sobrou nenhuma célula cancerígena. “Essa é a base da técnica que desenvolvemos no Brasil e que está sendo usada no mundo inteiro”, observa o doutor Pinotti.

 

E há mais avanços: a localização do gânglio, conhecido por “sentinela”. Na axila, há de 15 a 25 gânglios linfáticos, que protegem o corpo de infecção. Para saber se eles foram contaminados pelo tumor, basta localizar um, o sentinela. “É o primeiro gânglio a ser invadido pelo tumor se o tumor for para a axila”, diz o doutor Pinotti. A localização do sentinela é feita antes da cirurgia, com um exame que usa tecnologia de medicina nuclear. “Quando o sentinela é detectado, no centro cirúrgico há a retirada desse linfo nódulo pelo cirurgião. Se ele for negativo, evita-se o esvaziamento axilar, o que se fazia de rotina em todas as pacientes com câncer de mama”, revela a especialista em medicina nuclear Lea Miriam da Fonseca. Ou seja: antes da descoberta desse exame, os médicos retiravam todos os gânglios da axila, por precaução e a mulher ficava com problemas no braço.

Segundo o prof. Pinotti, neste ano, 730 mil mulheres no mundo desenvolverão câncer de mama, um pouco mais do que no ano passado, mantendo a tendência secular de crescimento. Pela primeira vez, os países em desenvolvimento superarão – com 368 mil casos – os desenvolvidos, porque, excetuando-se os 5% de neoplasias familiares, os demais casos decorrem prioritariamente do ambiente e de hábitos de vida. São mulheres de risco elevado, aquelas que vivem na metrópole, não têm filhos – ou os têm poucos e tardios – não amamentam, fumam, bebem, são “bem nutridas”, estressadas e usam hormônios. Tudo o que falsamente chamamos de modernidade. A verdadeira prevenção (primária) seria mudar essa tendência ao mudarmos hábitos. Da mesma forma que o coito protegido evita câncer de colo uterino ou parar de fumar evita câncer de pulmão. Como é utópico pedir que as mulheres se mudem para o campo, tenham muitos filhos desde jovens e amamentem prolongadamente, o que nos resta – além de dar orientações sobre alimentação, álcool e hormônios- é fazer detecção e diagnóstico precoces. Quando descobrimos tumores menores do que 2cm ou 3cm, em 90% dos casos conseguimos conservar a mama; em 80%, dos casos chegamos à cura. Se “diagnosticarmos ainda mais cedo, na fase de “lesão não palpável”, com mamografia ou ultrassom, as possibilidades de cura e de conservação da mama beiram 100%. Em que pese essa aparente facilidade de solução, o diagnóstico precoce quase não é feito no Brasil – 70% dos casos são diagnosticados com tumores de 5cm ou mais, obrigando a retirada da mama e com possibilidades de cura abaixo de 30%.

 

Fonte:

http://fantastico.globo.com/Fantastico/0,19125,TFA0-2142-5651-83066,00.html

http://www.sindadosba.org.br/m

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