“Controle Biológico da Vespa da Madeira”

A vespa-da-madeira, Sirex noctilio (Hymenoptera: Siricidae), foi detectada no Brasil em 1988 e atualmente está disseminada em cerca de 200 mil hectares de áreas de reflorestamento com pinus, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. É considerada a principal praga das florestas de pinus. O ataque da vespa-da-madeira no Brasil é sério e evolui rapidamente, com uma dispersão de 30 a 50 km/ano. Desde a detecção, o Centro Nacional de Pesquisas de Florestas – Embrapa Florestas, Curitiba, PR, tem trabalhado num programa de controle biológico, importando e posteriormente produzindo em território nacional, milhares de doses de nematóide para o tratamento das árvores.

 

A Embrapa Florestas adquiriu da entidade australiana Division of Entomology do Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (CSIRO) o novo strain (linhagem) do nematóide Deladenus siricidicola da Tasmânia, de uma localidade chamada Kamona, onde apresenta níveis de parasitismo próximos a 100%. A linhagem Kamona atinge altos níveis de parasitismo, mesmo com baixos índices de infestação da vespa-da-madeira. Uma vantagem básica da linha Kamona é que a fase parasítica pode acontecer no primeiro ano após a aplicação. Agora o nematóide produzido será armazenado em nitrogênio líquido, para não apresentar problemas.

A vespa-da-madeira, sirex noctilo, inseto originário da Europa, Ásia e Norte da África, entrou no Brasil em 1988. Praga que ataca culturas de Pinus, desde então vem trazendo grandes prejuízos ao setor madeireiro do País. Esta vespa põe ovos em árvores de Pinus e estes se desenvolvem como larvas que constroem galerias no tronco. Junto com os ovos, a vespa inocula também um fungo e uma substância tóxica que acabam matando a árvore. Em 1990, a Embrapa Florestas, em parceria com empresas do setor florestal, trouxe para o Brasil um nematóide para ajudar no controle da vespa. Este microrganismo ataca as larvas da vespa dentro do tronco e as larvas atacadas se transformam em vespas adultas estéreis, que fazem também a postura de ovos contendo centenas de nematóides.

Dessa forma, o nematóide se dissemina de árvore em árvore e passa a atacar outras larvas da vespa da madeira. A Embrapa Florestas recomenda, ainda, aos produtores de madeira que sigam rigorosamente as práticas de manejo florestal, principalmente, atualizando os desbastes, que são fundamentais para prevenir danos econômicos provocados pela praga. Graças ao seu maior investimento e pioneirismo no combate à vespa-da-madeira, o Centro Nacional de Pesquisa de Florestas foi considerado um centro de referência para pesquisa e controle da Sirex noctilio pelo Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul – COSAVE.

 

Fonte:

http://www.expressao.com.br/finep/premio_finep_venc.htm

http://www.embrapa.br/pesquisa/tecnolog/vespmad.htm

http://www.snagricultura.org.br/artigos/artitec-controlbio03.htm

 

acesso em junho de 2002

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