Um equipamento capaz de detectar poluentes atmosféricos por meio de um feixe de luz foi criado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). O sistema, desenvolvido em parceria entre o Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública (FSP) e o Instituto de Física, funciona com um receptor que capta os feixes luminosos enviados por outro aparelho emissor. “À medida que o feixe luminoso atravessa o ar, o aparelho receptor faz a leitura dos espectros de luz para que os gases que o compõem sejam identificados”, disse uma das responsáveis pela criação do equipamento, Maria Regina Cardoso, à Agência FAPESP. O emissor foi instalado no terraço da Faculdade de Medicina (FM) e o receptor no terraço do prédio da FSP.
O sistema mede em tempo real a concentração dos poluentes de cada amostra de ar analisada. Os dados coletados são transferidos para um computador que gera informações técnicas sobre a poluição na cidade. Os dois equipamentos, que ficam a uma distância de aproximadamente 300 metros, foram calibrados para fazer a leitura de poluentes como dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, ozônio, benzeno, tolueno e xileno. A professora da FSP explica que os técnicos envolvidos com o projeto planejam a instalação de dois equipamentos semelhantes em outras cidades. “Já temos prevista a implantação de mais duas bases de medição da qualidade do ar, uma no Vale do Ribeira e outra em Campos do Jordão”, diz Maria Regina.
O objetivo é fazer com que os três sistemas consigam monitorar diferentes poluentes de forma simultânea, propiciando diagnósticos capazes de fomentar estudos sobre os impactos da poluição na saúde da população. “Devido ao seu alto grau de precisão, os resultados dos instrumentos poderão até subsidiar pesquisas em outras entidades, como a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)”, aponta. O protótipo foi apresentado na Faculdade de Saúde Pública da USP durante evento nos dias 1º e 2 de junho, em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5, em data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010125050607
acesso em junho de 2005