Eletroherb

No mundo dos inventores, é preciso ter mesmo muita obstinação. Alguns projetos levam anos para sair do papel. O Eletroherb, é um equipamento de eletrocussão de ervas daninhas, de grande utilidade na agricultura orgânica (elimina o uso de herbicidas), está sendo desenvolvido desde 1988 e até hoje não vingou. O projeto começou na Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) de Sorocaba (SP) -algumas universidades e instituições ligadas ao ensino, como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), apoiam inventores acadêmicos por meio de programas voltados à inovação tecnológica e à propriedade intelectual. As primeiras patentes do Eletroherb já caíram em domínio público, mas nem por isso o invento foi esquecido. Em 2000, o engenheiro eletrônico Constantino Augusto Henrique Schwager entrou na Sayyou Brasil, empresa que encampou o projeto. Introduziu melhorias técnicas e obteve mais uma patente, em 2002. Hoje, ele se prepara para lançar a versão comercial do produto. Dois dos quatro inventores da primeira máquina -os engenheiros agrônomos Augusto Eira e Fernando Almeida- são sócios minoritários da empresa. “Estamos em busca de um novo parceiro”, afirma Schwager. No fundo, Schwager está diante do mesmo dilema enfrentado por todos os inventores: o sucesso comercial de uma invenção é o que vai definir se ele vai entrar para a história como um visionário, um inovador, ou se será apenas lembrado como mais um fracassado, um romântico sonhador.

 

A Sayyou Brasil foi fundada em 1992 para desenvolver, industrializar e comercializar um equipamento de erradicação de ervas daninhas por meio de eletrocussão baseado em um protótipo desenvolvido em 1988 na Unesp, sob patrocínio da CESP, centrais Elétricas de São Paulo. Os primeiros equipamentos denominados Eletroherbs foram produzidos entre 1993 e 1994 e os testes de campo mostraram a necessidade de se investir pesadamente no desenvolvimento da tecnologia deste equipamento de modo a assegurar a confiabilidade e eficácia e rentabilidade levando em conta cada tipo de cultura. Entretanto com o crescimento da agricultura orgânica, impedida de utilizar herbicida e devido aos problemas gerados por este na agricultura convencional, encontrou a Sayyou Brasil parceiros fazendeiros que se interessaram em financiar, mesmo que parcialmente, o desenvolvimento do Eletroherb nas suas áreas específicas. Foi assim que em 1999 iniciou a Sayyou Brasil ensaios na Bolívia no plantio direto de soja orgânica, em 2000 no Brasil na cultura de laranja orgânica e em 2001 no plantio da cana orgânica. A partir de 2000 foi introduzida uma série de melhorias no sistema de controle da eletrocussão, além de se dar início ao desenvolvimento de aplicadores melhores adaptados para a soja, laranja e cana. Em 2003 a Sayyou Brasil adotou como foco de mercado o plantio de citrus, desenvolvendo um equipamento dotado de aplicador lateral para matar ervas daninhas nestas plantações. Este equipamento foi usado e aprovado da Fazenda Guacho do grupo Nova América e apresentou ótimos resultados garantindo um controle acima de 85% no extermínio das ervas daninhas.

 

 

 

Fonte:

Depois do “Eureca!” Autor: Milton Gamez e Suzana Barelli, Fonte: Folha On-Line – 29/3/2005

 

http://www.sayyou.com.br/portugues/historico.html

Acesso em abril de 2005

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