Erva de São João

Também conhecida por Erva de S. João, Milfurada e Hipericão Ordinário. Empregam-se as extremidades como vulnerárias e adstringentes. O Hipericão Celhado e o Hipericão Quadrangular, têm as mesmas propriedades terapêuticas do Hipericão Ordinário. Empregada também para perturbações psíquicas, estados depressivos, ansiedade e/ou excitamento nervoso. Preparações de óleo de hipericão para problemas de dispepsia.

St. John’s Wort ou erva-de-São João indiscutivelmente é uma planta que nos últimos anos vem despertando o interesse, por suas virtudes terapêuticas, no mundo inteiro, em especial como antidepressivo, embora seja uma espécie de uso medicinal confirmado pela documentação disponível é utilizada desde 2.400 anos atrás, citada por Hipócrates, Galeno e outros grandes nomes da medicina antiga.

 

O nome “St. John’s Wort” (“erva-de-São João”; Wort, em Inglês Arcaico anglo-saxão, significa erva medicinal) se refere às espécies Hypericum perforatum e Hypericum augustifolia, e parece ter sido dado em razão da planta florescer na época da data cristã, comemorativa do aniversário da morte de João, O Batista. Praticamente inexistem formulações com a segunda espécie citada, de modo que, para fins práticos, pode-se considerar Hypericum perforatum como a espécie à qual são feitas referências na literatura especializada quando se fala em “St. John’s Wort”, ou “hipérico”.

Além dessa observação, mais importante ainda para os brasileiros, é estar atento para uma confusão que vem se alastrando, quase tanto quanto a fama da referida espécie: existe no Brasil, uma espécie chamada “erva-de-São João” (Ageratum conyzoides, também conhecida por “mentrasto” e por “picão-roxo”) que, obviamente, não é a mesma e nem possui nenhuma semelhança na forma, na taxonomia (classificação botânica) ou nas atividades terapêuticas que encerra.

Este mentrasto (Ageratum conyzoides) é planta muito comum no território brasileiro, ocorrendo nos terrenos abandonados, à beira dos caminhos e como invasora de culturas. É também planta de uso terapêutico, mas com outras propriedades e indicações.

Sua popularidade originou-se na Europa. Na Alemanha, onde é mais intensa a sua utilização, a prescrição de Hypericum perforatum é da ordem de oito vezes maior que a do medicamento antidepressivo mais utilizado: o Prozac. Inúmeros trabalhos científicos têm sido conduzidos com o intuito, principalmente, de comparar o hipérico com antidepressivos tradicionais ou com placebos para demonstrar sua eficiência. Algumas dezenas destes trabalhos, em vários países, têm demonstrado essa eficiência, principalmente na Alemanha. No entanto, diversos autores questionam estes trabalhos considerando-os incompletos em alguns aspectos.

Apenas no ano passado foram publicados mais de 10 livros sobre Hypericum perforatum, além de centenas de artigos sobre a planta, sua ação antidepressiva e as possíveis implicações de sua utilização. Atualmente são produzidas cerca de 7.000 toneladas da planta por ano.

Nos Estados Unidos, são cerca de 1,8 milhões de pessoas com quadros depressivos a cada ano. E esta crescente busca mundial por tratamentos antidepressivos aliados ao fato da planta não apresentar os característicos efeitos secundários clássicos dos medicamentos com esse tipo de atividade farmacológica, é o responsável pela imensa procura existente hoje pelos fitoterápicos de Hypericum perforatum.

Na Alemanha, o produto, que é tomado como chá ou na forma de tabletes está sendo prescrito pelos médicos vinte e cinco vezes mais que o Prozac, chegando a 3 milhões de prescrições em 1996. Um estudo publicado nos EUA mostra que em somente 2.5% dos pacientes depressivos tratados com Hypericum apresentaram efeitos colaterais.

O hipérico é uma planta nativa da Europa e do Norte da África, Madeira e Açores. Hoje está dispersa e adaptada, e cresce normalmente na América do Norte e em algumas regiões da Austrália (nos dois casos já ocorre como invasora de culturas). Surgem nos campos, capoeiras e margens dos caminhos.

O gênero possui cerca de 370 espécies. Existe uma espécie ornamental, comum na América do Norte, conhecida pelo nome de rosa de Sharon (“rose of Sharon”), citada nos versos de Salomão, possuidora de princípios antibióticos similares aos do hipérico e cuja classificação científica é Hypericum calycinum. É de se observar a adulteração corrente de alguns produtos fitoterápicos de Hypericum perforatum com material botânico de outras espécies próximas.

Há mais tempo produzindo fitoterápicos para males psiquiátricos, a indústria farmacêutica Byk ainda tem resultados aquém dos esperados. Após dois anos de lançamento, o Fiotan, feito com a erva-de-são-joão, fatura R$ 3 milhões ao ano. ‘Esperamos chegar a três vezes esse volume’, afirma o diretor, David Zimath. Para ele, é tudo uma questão de tempo. Cita o exemplo do extrato de ginkobiloba, que levou quatro anos para decolar e hoje fatura R$ 20 milhões. ‘É tendência mundial os laboratórios se interessarem por fitoterápicos’.

A planta de Hypericum perforatum é um pequeno arbusto, de porte ereto, atingindo cerca de 1 metro de altura. O caule tende a ficar lenhoso na sua porção basal. Toda a planta exala um odor de terebintina. As folhas são opostas, sésseis, inteiras, oblongas, com cerca de 2 cm de largura, e dotadas de glândulas translúcidas, que podem ser observadas colocando-se a folha contra a luz. A floração se dá de junho a setembro no hemisfério Norte. As flores são numerosas, de cinco pétalas persistentes, de coloração amarela, apresentando densos tufos de estames. Pequenos pontos pretos ao longo das margens das flores contêm elevadas concentrações do pigmento vermelho hipericina.

 

 

Fonte:

http://www.farmacia-pavia.com/esj.html

http://www.geocities.com/HotSprings/2477/plmes.htm

http://www.brazil-brasil.com/cvrjul97.htm

 

Acesso em fevereiro de 2002

http://www.biosintetica.com.br/servlet/biosintetica?cmd=mi_sh&id=108

Acesso em julho de 2002

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