A Esquadrilha da Fumaça realizou em 14 de maio de 1952 sua primeira exibição oficial. Após o intenso treinamento de um seleto grupo de instrutores voo da antiga Escola de Aeronáutica, nos intervalos de almoço e nas folgas da instrução de voo, foi dada a autorização para que se apresentassem publicamente, quando da realização de uma cerimônia cívico-militar que seria assistida por uma numerosa delegação de Oficiais estrangeiros. Este grupo, liderado pelo então Ten. Domenech, juntamente com os pilotos Fraga, Martins, Cesar Rosa e Colomer, praticava a princípio em segredo. Pegavam seus North American T-6 – aeronave de treinamento avançado utilizada na Instrução Aérea, portanto largamente disponível – e voavam em direção a Jacarepaguá ou Nova Iguaçu, onde treinavam diversas manobras de precisão. Inicialmente, voavam com dois aviões e posteriormente com três e quatro aeronaves executando tonneaus e loopings em formação diamante.
Era o início da saga de pilotos e mecânicos que, com a energia apaixonada daqueles que entregam corações e mentes à realização de um ideal, empolgam multidões. A Fumaça, como é até hoje conhecida do público, utilizou, até ser desativado, em 1977, os aviões norte-americanos NA T-6 Texan, construídos sob licença no Brasil durante a II Guerra Mundial. Reativada em 1982, com a denominação oficial de Esquadrão de Demonstração Aérea, a Esquadrilha da Fumaça utiliza, desde então, os turboélices de treinamento T-27 Tucano, considerado um dos melhores treinadores militares do mundo, fabricados no Brasil pela Embraer.
Nas primeiras exibições da década de 50, os aviões voavam em formação mas não expeliam qualquer fumaça. Esta ideia apareceu em 1953, quando o comandante Domenech fez uma viagem aos Estados Unidos e viu quatro aviões fazendo acrobacias, soltando fumaça e escrevendo no céu o nome de uma marca de cigarros. Descobriu então, através de um amigo, que nos Estados Unidos utilizavam um óleo de limpeza do motor (flushing oil) exclusivamente para produzir aquele efeito e facilitar o acompanhamento das manobras. A fumaça era obtida através da aspersão deste óleo sobre o cano de escapamento aquecido do motor.
Um exemplo do grande prestígio alcançado pelo grupo pode ser conferido neste trecho da revista alemã Aerokurier, de Abril de 1985: “Se houvesse um festival de times acrobáticos internacionais, a Esquadrilha da Fumaça estaria provavelmente muito cotada para um primeiríssimo lugar. Com seus treinadores EMB-Tucano vermelhos, a Esquadrilha da Fumaça consegue, magicamente, combinar elegância com preenchimento de espaço”.
Com o pentacampeonato da seleção brasileira de futebol, uma exibição da esquadrilha da fumaça ao recepcionar os jogadores em Brasília, pode demonstrar nos céus uma nova tecnologia, ao escrever a mensagem: “É PENTA !”. Pelo método manual, o único jeito de escrever uma letra era o avião percorrer o caminho do desenho da letra, isto é, para fazer a letra O seria necessário o avião fazer um giro de 360 graus, completando a volta o avião parava de soltar fumaça e ainda correria o risco de nem todos os aviões completarem suas respectivas letras ao mesmo tempo, além do que a mensagem final ficaria comprometida devido à rápida dispersão da fumaça. O sistema manual seria muito difícil e limitado. Com um sistema inovador, projetado pela Associação da Esquadrilha da Fumaça, baseada em sistemas eletrônicos, substituiu-se o antigo sistema manual, tornando tal realidade possível. A escrita é feita de forma automatizada, usando letras, palavras, números e símbolos com fumaça entrecortada, que sai do escapamento de sete aviões voando em formação de linha de frente, ou seja, lado a lado. Nunca foi possível escrever letras, como as vistas nos céus de Brasília à chegada da seleção brasileira de futebol.
http://tartorres.weblogger.com/
http://www.aer.mil.br/Fumaca/
http://www.eda.hpg.ig.com.br/anjos.htm
http://www.asasaomeusonho.hpg.ig.com.br/
http://www.highway.com.br/users/valladares/
Acesso em agosto de 2002
http://www.esquadrilhadafumaca.com.br/zoom_anjos.asp?Id=22
Acesso em maio de 2003