Roberto Miranda, professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE é o inventor de uma técnica para combater a ferrugem que de tão simples parece brincadeira: as “Ferrugens Protetoras”. Trata-se de uma tinta que tem como componente a própria ferrugem, utilizando um princípio que lembra muito o da homeopatia ou da imunização, e que foi usada na restauração do Cristo Redentor em 1991.
“A ideia básica é coisa de criança”, disse o professor, “mas os cálculos que justificam a técnica são muito complexos.” Quando um metal enferruja, cria-se uma corrente elétrica que faz com que a ferrugem se alastre. Ao fazer um pigmento à base deste produto, pode se reduzir a diferença de potencial à zero, eliminando o fluxo de elétrons e impedindo que haja mais corrosão. Uma maneira de neutralizar a corrosão é neutralizar a corrente. A ferrugem na tinta neutraliza a corrente de tal forma que a corrosão para de se alastrar. Segundo o Prof. Miranda, uma vantagem é que não é necessário remover a ferrugem antes de aplicar a tinta, basta retocar a área corroída- o que faz com que o método seja bastante econômico.
Uma tese desenvolvida pela pesquisadora do Programa de Engenharia Metalúrgica da COPPE, Dalva Cristina Baptista do Lago, poderá servir como orientação às autoridades na conservação e limpeza das estátuas de bronze das vias públicas do Rio de Janeiro. A pesquisadora recolheu amostras de produtos da corrosão em monumentos de diversos bairros e está realizando análises químicas, ao mesmo tempo em que determina o microclima em que a estátua está colocada e que originou a corrosão. De posse destes dados, a pesquisadora poderá determinar os diferentes produtos de corrosão e indicar o que acontecerá com a estátua se ela for removida para outro bairro, além da melhor forma de proceder sua limpeza e conservação. Um grande avanço em relação à hoje em dia, em que estes fatores não são levados em consideração. Em alguns casos, alerta a pesquisadora, a utilização indevida de produtos de limpeza também pode danificar a estátua. O próximo passo da pesquisa será espalhar 16 placas de cobre pela cidade para analisar os processos de corrosão nas diferentes áreas. A primeira já foi colocada no alto do Pão de Açúcar. “Aqui, poderemos verificar o processo de corrosão de origem marinha, num local em que não há efeitos de trânsito nem outros fatores poluentes”, explica Dalva. A pesquisadora aponta que há mais de dez formas diferentes de corrosão em bronze. A mais frequente, devido ao clima do Rio, é a marinha. Também foi detectada corrosão urbana, por causa do tráfego. A corrosão, denominada pátina, se origina pela diferença de potencial entre os metais, o que gera cargas elétricas (fluxos de elétrons) no bronze. Outra vantagem em se determinar a composição da pátina é que será possível desenvolver uma tinta à base do produto da corrosão. Ao fazer um pigmento à base deste produto, pode se reduzir a diferença de potencial à zero, eliminando o fluxo de elétrons e impedindo que haja mais corrosão. Essa tecnologia, denominada ferrugem protetora, é uma patente desenvolvida pelo Prof. da COPPE, Luiz Roberto Martins de Miranda, usada na restauração das vigas de aço do Cristo Redentor e em estruturas de viadutos e construções.
Fonte:
http://www.coppe.ufrj.br/planetacoppe.old/noticias/rust.html
Acesso em março de 2002 http://www.coppe.ufrj.br/planetacoppe.old/arquivo/noticia000098.html
Acesso em novembro de 2003