Fertilizante Foliar a Base de Própolis

Inventado por Cassiano Spaziani Pereira, em 2001, a aplicação de extrato etanólico de própolis no controle de doenças de plantas e no uso como fertilizante foliar. A própolis de abelha é um fungicida e nutriente foliar totalmente natural e que segundo o inventor irá salvar a vida de milhões de pessoas que iriam morrer de câncer por comer produtos contaminados por agrotóxicos. O inventor avaliou o efeito da aplicação foliar de extrato etanólico de própolis (EEP) sobre a incidência e a severidade da cercosporiose (Cercospora coffeicola Berk & Cook) e da ferrugem (Hemileia vastatrix Berk & Br.), as duas mais importantes doenças fúngicas do cafeeiro. Foram realizados dois experimentos.

 

No primeiro avaliou-se o controle da cercosporiose em folhas de mudas de cafeeiro, cultivar ‘Catuaí vermelho’ IAC – 99, conduzidas em casa–de-vegetação, do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Verificou-se que o EEP diminui a incidência e a severidade da cercosporiose, independente da concentração utilizada, e a área foliar lesionada foi a menor na concentração de 1,79 % de EEP em água. No segundo experimento foi avaliado o uso do EEP no controle da cercosporiose e da ferrugem do cafeeiro em folhas de lavoura de café. Utilizou-se uma lavoura de cafeeiro com cinco anos, em plena produção, cultivar ‘Rubi’ 1192, do Setor de Cafeicultura da UFLA. A aplicação foliar do EEP possui efeito protetor, por meio da diminuição da incidência da ferrugem, principalmente nos meses de junho, julho e agosto, e diminuição da incidência da cercosporiose, porém no mês de abril. O EEP não reduziu a severidade das duas doenças.

A cercosporiose é uma das doenças foliares mais importantes do cafeeiro, sendo seu dano econômico a desfolha, ela ocorre pela grande produção de etileno no processo de necrose, bastando uma lesão por folha para causar a sua queda (Matiello et al., 2002). Vários fatores favorecem o progresso da doença, entre eles, a umidade relativa alta, a temperatura baixa e a insolação (Almeida, 1986). Nos viveiros os substratos pobres em matéria orgânica, ou sem as devidas correções químicas, com relações desequilibradas dos nutrientes e solos com textura inadequada (muito argilosos ou muito arenosos) são fatores que podem predispor as mudas a maior incidência da cercosporiose. Além desses fatores, o déficit hídrico, os ventos frios, ou quaisquer condições adversas após o plantio também podem auxiliar na infecção (Almeida, 1986).

Atualmente para controle desta doença são recomendados alguns fungicidas, muitas vezes altamente tóxicos, com base em princípios ativos como Mancozeb, Chlorothalonil, Tebuconazole, e algumas fontes de cobre como o oxicloreto de cobre e hidróxido de cobre (Carvalho et al., 2002). A ferrugem alaranjada foi descrita no Ceilão (Sri Lanka), em 1868, por Berkeley, e tem como agente etiológico o fungo (Hemileia vastatrix Berk e Br.), (Godoy et al., 1997). Esta é considerada a principal doença do cafeeiro, sendo seus danos, assim como os da cercosporiose, a queda de folhas (perda de área fotossintética) e consequentes reduções no rendimento das lavouras. O custo adicional para controle da ferrugem pode representar até 20% das despesas de custeio total, enquanto a perda na produção determinada pela doença não controlada atinge até 30 % (Matiello et al., 1985).

Devido aos prejuízos causados pela ferrugem e cercosporiose do cafeeiro, e a utilização produtos altamente tóxicos no controle destas doenças, há necessidade de se encontrar novos produtos que controlem estas doenças no campo, sem promover riscos à saúde de agricultores e consumidores. Uma alternativa é o extrato etanólico de própolis, substância nunca testada para este fim, mas com grande potencial, haja vista, as comprovações científicas das propriedades terapêuticas, antimicrobianas, anti-inflamatória, cicatrizante e anestésica da própolis (Ghisalberti et al., 1977).

A própolis é confeccionada pelas abelhas Apis mellifera através da coleta de exsudados nas plantas de partes como brotos e cascas, este material é modificado nas colmeias, pela adição de secreções salivares e cera, transformando-o em uma substância de coloração marrom e de odor balsâmico (Marcucci, 1996). Uma propriedade importante da própolis é que ela varia de região para região, devido à sua origem botânica, já tendo sido identificado no país mais de 350 tipos de própolis diferentes (Koo, 1996). Assim cada própolis tem um uso mais recomendado, seja medicinal, alimentar, e até fungicida. Acredita-se que a aplicação de própolis, preferencialmente do tipo mais eficaz, para controle de doenças de plantas cultivadas, poderá se tornar uma realidade nos próximos anos, apresentando algumas vantagens, como a fácil obtenção, facilidade de manuseio, riscos nulos à saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores destes alimentos, e o baixo impacto ambiental.

 

Fonte: Agradeço ao inventor Cassiano Spaziani Pereira ([email protected]) pelo envio de informações em janeiro de 2008 para composição desta página

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