Pesquisadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCLRP), da USP de Ribeirão Preto desenvolveram um filtro solar mais eficiente dos que existem no mercado. O produto é fabricado a base de fosfato de cério, que oferece mais proteção na absorção da radiação ultravioleta do que os óxidos de zinco e titânio, utilizados atualmente.“Os resultados mostraram que o fosfato de cério apresenta alta absorção na região do UV e na avaliação do seu comportamento na presença de óleo, calor, fluxo de ar, presença de luz e agitação, constatou-se que, o óleo é menos degradado quando comparado aos óxidos de zinco e cério”, afirma a pesquisadora Juliana Fonseca de Lima, uma das autoras do estudo.
Juliana Fonseca de Lima é bacharel em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo). Atualmente é aluna de pós-graduação (doutorado), atuando principalmente nos seguintes temas: proteçao UV, sol-gel, óxido de zinco, cério, óxido de cério e fosfato de cério sob orientação do Prof. Osvaldo A. Serra. Tem experiência na área de Química Inorgânica, especialmente em Terras Raras.
O pedido de patente PI0801782-4 refere-se a PROCESSO DE OBTENÇÃO DE NANOPARTICULAS DE FOSFATO DE CÉRIO E FORMULAÇÕES CONTENDO O MESMO. A presente invenção se refere ao processo de obtenção de nanopartículas de fosfato/óxido de cério e formulações cosmeticamente aceitáveis contendo as mesmas. Especificamente, a presente invenção se refere à formulações para proteção solar e radiação UV contendo fosfatos de cério.
O pedido de patente foi feito no INPI em 2008 e, em 2010, o grupo conseguiu o licenciamento. A descoberta pode ser utilizada em diversas formulações como loções, sprays, pomadas, géis, emulsões, e em produtos para cuidado dos cabelos como xampus, condicionadores, relaxadores, clareadores, desembaraçadores, géis, espumas na forma de spray, cremes modeladores, mousses, tintas, e produtos para cuidados da pele como cremes de barbear, loções pós-barba, cremes, sabonetes líquidos e em barra, e produtos para cuidados com as unhas, como esmaltes.Algumas fórmulas estão em fase de desenvolvimento em um laboratório químico do Rio de Janeiro.Segundo Juliana, até o momento óxidos de zinco e titânio têm sido usados como filtros UV inorgânicos, entretanto, eles apresentam dois grandes inconvenientes. O primeiro é que ambos manifestam elevada reação quando expostas à luz, que podem levar a sua degradação em cosméticos, por exemplo. O fosfato de cério é encontrado em abundância no Brasil, na praia da areia preta em Guarapari, no Espírito Santo. O composto também é utilizado na fabricação de equipamentos de iluminação para a indústria cinematográfica, aplicações nucleares e metalúrgicas, catalisadores e fabricação de vidro.
O cério é um elemento químico pertencente ao grupo dos Lantanídeos e foi descoberto por Mosander, em 1839. Na natureza, é encontrado em abundância, no Brasil, na praia da areia preta de Guarapari (ES). Juliana afirma que, quando começou a pesquisar o fosfato de cério, já havia pesquisas que tentavam utilizar o óxido de cério. “Não deu certo porque o óxido é amarelado e degrada os componentes das formulações. Nosso produto é branco, mas não deixa a pele esbranquiçada, como ocorre com a maioria dos protetores solares”, afirma a pesquisadora.
Fonte:
http://eptv.globo.com/ribeiraopreto/noticias/NOT,2,2,354324,Pesquisadores+de+Ribeirao+Preto+criam+protetor+solar+mais+eficaz.aspx
http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2011/06/13/empresa-testa-filtro-solar-criado-na-usp-de-ribeirao.html
acesso em junho de 2011
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