Fone Fácil

As novas tecnologias podem ser usadas para melhorar a vida de quem tem alguma deficiência. É o que está fazendo a empresa Brava ao desenvolver um celular que poderá ser usado pelos surdos. O nome do projeto é Fone Fácil e vai demandar um investimento de R$ 1,4 milhão. “A comunicação de um surdo com o mundo auditivo é cheia de dificuldade. Usando esse celular, eles poderão fazer uma chamada de emergência para alguns serviços públicos, como a polícia, bombeiros e o SAMU”, explica o presidente da Brava, Alcides Pires. Para usar o Fone Fácil, a pessoa surda deverá ter um smartphone que tenha o programa Windows Mobile. No aparelho, o surdo vai digitar frases que passam por um tradutor de texto, que transforma a mensagem digitada em auditiva. O tradutor reconhece a voz e transforma a mesma em texto para o surdo. “É como se ele estivesse falando em tempo real num MSN”, acrescenta o gerente executivo da empresa, Alexandre Andrade.

 

O projeto será desenvolvido em duas fases. A primeira deverá ser concluída em 13 meses, no primeiro semestre de 2010. Essa etapa inicial consiste no desenvolvimento e aperfeiçoamento do software que vai ficar dentro do celular. Estão envolvidas no desenvolvimento do projeto 22 pessoas, incluindo três professores, dos quais um é doutor em usabilidade e dois são mestres em linguística e fonoaudiologia. A iniciativa conta com o apoio da Associação dos Surdos de Pernambuco (ASSPE).

“Estamos fazendo os testes com as chamadas de emergência”, explica Alexandre, se referindo aos serviços públicos já citados. Os recursos empregados no projeto saíram do edital de subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que, nesse caso, doou recursos para a empresa, que venceu uma concorrência pública na área de inovação.

A segunda fase do projeto do celular para surdos é fazer o produto chegar na rua, como explica o gerente executivo da Brava, Alexandre Andrade. A intenção dos executivos da empresa é fechar uma parceria com uma operadora de celular que ofereça aos surdos um aparelho e um plano de dados – no qual as informações possam ser enviadas pelo celular baratas. Eles já conversaram com uma operadora e pediram a criação de um plano por R$ 20 mensais. Geralmente, um smartphone custa entre R$ 800 e R$ 1,5 mil. Num plano de operadora de celular, o aparelho pode sair por cerca de R$ 300, segundo Andrade. O Fone Fácil é o primeiro projeto da Brava que tem como acionistas empresas da área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) que atuam no Recife, como Midiavox, In forma Software, FKtec e Prograph. A Brava emprega cerca de 10 pessoas e uma parte do projeto é desenvolvida diretamente pelas sócias da companhia.

 

Fonte: http://www.onordeste.com/blogs/index.php?id_user=7

acesso em novembro de 2009

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