Iogurte de Soja

A busca por alimentos com propriedades medicinais está na ordem do dia. Depois do suco de berinjela, que conquistou fiéis adeptos após ter-se mostrado eficaz no combate ao colesterol em animais, o iogurte de soja desponta como nova esperança capaz de produzir o mesmo efeito com a vantagem de ser mais saboroso. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) experimentou o produto primeiro em coelhos e obteve resultados animadores. O “mau” colesterol (o LDL, que adere às paredes das artérias e dificulta a passagem do sangue) foi reduzido em 18,5%. Os índices de “bom” colesterol (o HDL, útil por limpar o excesso de gordura acumulada) aumentaram 18%. Agora é a vez dos testes em ratos e humanos, a ser concluídos até o fim do mês.

 

Cinquenta pessoas tomam diariamente 200 mililitros do iogurte – o equivalente a um potinho vendido nos supermercados -, reforçado com duas bactérias. Enquanto uma delas reduz o colesterol, a outra garante um sabor agradável à mistura. Os responsáveis pela pesquisa – o Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara (SP) e o Centro de Referência para Lactobacilos da Argentina – não contam para ninguém o nome dos microrganismos porque pretendem patentear o invento.

Os fãs do iogurte foram divididos em três grupos: o daqueles com taxa de colesterol normal (entre 150 e 220 miligramas por decilitro de sangue), o dos que têm índice superior a 220 mg/dl e o dos que tomam placebo. “Como o homem é menos suscetível ao colesterol que o coelho, esperamos resultados ainda mais favoráveis dos testes com humanos”, diz o farmacêutico Elizeu Antônio Rossi. As pesquisas procuram unir o útil ao agradável. A cor do iogurte parece com a do leite de soja e o sabor lembra o de produtos fermentados com lactobacilos vivos em sua composição. Por enquanto, os cientistas usam o alimento da forma mais natural possível, mas acreditam que ele poderá receber aromatizantes e corantes sem perder as propriedades terapêuticas. Após receber a patente, os pesquisadores pretendem colocar a tecnologia à disposição de empresas interessadas em fabricar o iogurte.

 

O produto anticolesterol começou a ser estudado pela Unesp em 1994. Se a eficácia em humanos for comprovada, ele despontará como um tratamento alternativo. Já os testes de eficiência do suco de berinjela em humanos, conduzidos pelo cardiologista Paulo Afonso Ribeiro Jorge, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estarão prontos em seis meses

 

Fonte:

http://epoca.globo.com/edic/19980608/cientec2.htm

http://www.terra.com.br/istoe/comport/149817.chtm

 

Acesso em abril de 2002

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