Lâmpada Refrigerante

A necessidade também acaba atraindo a criatividade de inventores da região. Essa premissa não foi diferente para o mecânico catarinense Alfredo Moser, primo em segundo grau da ex-jogadora de vôlei da seleção brasileira Ana Moser. Por causa do racionamento de energia elétrica, decretado pelo governo federal, ele criou uma dessas invenções que, de tão simples, são geniais. Diante de sua oficina improvisada no fundo de sua casa, no espaço possível, sem iluminação, em janeiro de 2002, o mecânico mineiro de Uberaba teve a idéia, literalmente iluminada, de fixar no teto uma dessas garrafas transparentes de cocacola de 2 litros, cerca de 1/3 para fora e 2/3 para dentro, não sem antes encher a garrafa com água. Com isso o mecânico obteve uma iluminação equivalente a uma lâmpada de 60 watts, segundo a medição dos perplexos pesquisadores da universidade federal local. 

Técnicos da Companhia Energética de Minas mediram a intensidade do clarão que sai das embalagens. “Ela emite o correspondente à uma lâmpada incandescente de 60 watts”, diz o técnico da Cemig. Isso significa uma economia de R$ 2,50 por mês em cada lâmpada que ficava acessa duas horas por dia. Animado, o dono de um restaurante trocou oito telhas transparentes pela mesma quantidade de garrafas. A luz solar que atravessa uma telha de vidro se propaga de modo difuso, isto é, em múltiplas direções e que o mesmo aconteceria se colocasse meramente uma garrafa transparente. Daí a idéia, também literalmente brilhante, de enchê-la com água o que fez com que a luz solar captada pelo terço externo da garrafa fixada no teto se propagasse de modo direcionado para todo o ambiente, por meio dos outros 2/3 da garrafa, tal como uma lâmpada.

O único inconveniente é que só se produz energia enquanto há luz natural. No entanto, para ambientes fechados, que durante o dia precisam de luz elétrica, a solução encontrada pelo mecânico mostra-se excelente. “Tive a idéia quando conversava com um antigo chefe meu, em Brasília. A gente discutia sobre como conseguir iluminação, caso ocorresse algum acidente. Naquele instante olhei para o lado e vi uma luz que era refletida de uma garrafa de refrigerante”, relembra o mecânico. Para pôr em prática a idéia, tirou todas as lâmpadas da oficina e as substituiu pelas “novas”, em Uberaba, Minas. O resultado foi surpreendente. “Além de economizar, refrescou o ambiente”, comenta. As garrafas, com água até a altura de 8 oito centímetros, são fincadas nas telhas e funcionam como prismas. Captam raios solares que, por refração, mudam de direção ao passar pela líquido, propagando-se pelo cômodo. “Também se precisa que a água esteja limpa. Se não estiver, basta colocar um pouco de água sanitária”, aconselha. Mesmo se não houver sol, o ambiente fica iluminado, como se usasse uma lâmpada fria. 

Fonte: http://redeglobo3.globo.com/jn/semana.jsp?id=03918 
http://www.andes.org.br/Informandes%20108.htm
 
http://www.estado.estadao.com.br/suplementos/seub-oeste/2002/08/23/seub-oeste010.html
 
acesso em outubro de 2002
 
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