Maçarico de Plasma

Parte do material processado nas refinarias de petróleo – 2,4% – são rejeitos de baixo valor comercial. Mas este material poderá ser transformado em combustíveis líquidos com o emprego do plasma, uma tecnologia de ponta que está sendo desenvolvida na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). O coordenador do projeto de pesquisa, Alfredo Gonçalves Cunha, acredita que a Petrobras poderá ter um ganho de até R$ 80 milhões por ano, caso a técnica dê os resultados esperados. A pesquisa é inédita no mundo, segundo o professor Alfredo Gonçalves Cunha, doutor na área. A investigação está sendo financiada com escassos R$180 mil, originados de um projeto da Ufes com a Petrobras, aprovado no Edital 3 do CTPETRO 2000.

 

Parte dos recursos foram investidos na compra de materiais de laboratório, como bomba de vácuo, microcomputadores, medidores e um espectrômetro de massa. O reator para o desenvolvimento do novo processo está sendo desenvolvido no próprio laboratório. O controle do processo contará com quatro computadores: eles promoverão o controle do plasma, do reator e a caracterização do material produzido durante o processo. O plasma permite a produção de grande quantidade de hidrogênio ionizado e a pesquisa quer obtê-lo a partir do gás natural. Este estado, que pode ser gerado por um maçarico de plasma, já desenvolvido na Ufes, será aproveitado para transformar os rejeitos de petróleo em combustível, como a gasolina. Estes rejeitos hoje são usados como asfalto ou queimados em caldeiras.

Os estados mais conhecidos da matéria são três: sólido, líquido e gasoso. Existe um quarto estado que é o plasma. Este estado é encontrado no Sol, nas estrelas, no espaço interestelar e até nas lâmpadas fluorescentes. Na realidade 99% do universo é constituído de plasma. Nós vivemos nesse outro 1%. O plasma é criado em laboratório também para aplicações tecnológicas. Para isso podem ser usados gases como argônio, hidrogênio, nitrogênio, ar etc. Para produzi-los se fornece mais energia ao terceiro estado da matéria, que é um gás. Esse gás se quebra e passa a possuir partículas com cargas positivas e negativas. Sendo que a sua soma das cargas elétricas é zero. Este novo gás ionizado possui novas propriedades físicas que o difere do gás inicial. A temperatura pode variar de 2 mil a 50 mil graus Celsius, para os plasmas de aplicação industrial, e até 100 milhões para os plasmas de fusão termonuclear (produção de energia elétrica).

Confirmada a viabilidade do processo de reaproveitamento do resíduo de vácuo, que é uma sobra do processo de destilação do petróleo, poderá se aumentar a oferta de combustíveis sem aumentar a exploração do petróleo, pois o seu rendimento será maior nas refinarias.

 

Fonte:

http://www.seculodiario.com/arquivo/2001/mes_08/05/noticiario/04_08_04.htm

 

acesso em maio de 2002

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