Método de Remoção de Metais Pesados de Água

As cascas de bananas podem ter um destino muito mais nobre e útil do que ir para o lixo. Um estudo realizado pela química Milena Rodrigues Boniolo em sua dissertação de mestrado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, mostrou que elas podem ser usadas para remover metais pesados – como o urânio da água. Além de ser uma alternativa para descontaminar o ambiente, o uso da casca de banana vai ajudar a diminuir o lixo gerado pelo próprio descarte da fruta, feito em grandes quantidades no Brasil.

Segundo Boniolo, o uso da energia nuclear como opção para substituir os combustíveis fósseis, que liberam dióxido de carbono, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global, deve levar ao aumento dos resíduos radioativos no ambiente, o que torna fundamental o desenvolvimento de métodos para remover esse material.

 

Outra importante fonte de contaminação é a indústria de fertilizantes, que gera grande quantidade de subprodutos ricos em metais pesados. A ideia de usar a casca da banana para remover metais pesados da água surgiu da tentativa de dar uma destinação útil para as várias toneladas de casca que são descartadas anualmente no país e acabam se tornando lixo poluente..

Para desenvolver o estudo, Boniolo preparou um pó com as cascas de banana. Durante uma semana, as cascas foram colocadas em uma assadeira no telhado da casa da pesquisadora, debaixo de sol forte. Depois de secas, elas foram batidas em um liquidificador e peneiradas. O pó foi colocado em um recipiente fechado com água contendo grandes quantidades de metais pesados, como o urânio, sob agitação constante, por 40 minutos. Segundo a química, a banana, que tem carga negativa, se combina com os metais pesados, que têm carga positiva. Ao fim desse processo de agitação, o pó contaminado deposita-se no fundo do recipiente. “Em média, o pó da casca de banana consegue remover 65% dos metais pesados da água, mas essa mesma operação pode ser repetida para que sejam obtidos índices mais altos.”

Fonte:

http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/67539

http://www.oswaldocruz.br/conteudo_ler.asp?id_conteudo=9480

 

acesso em julho de 2007

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