Através de uma técnica inédita de observação em misturas asfálticas, utilizando tomografia computadorizada, já é possível “enxergar” e acompanhar a evolução das famigeradas trincas no asfalto, campeãs de queixas dos motoristas. Desenvolvida pelo pesquisador do Laboratório de Instrumentação Nuclear da COPPE, Delson Braz, a aplicação desta técnica traz inúmeras vantagens. Permite acompanhar a velocidade de deterioração das misturas asfálticas dosadas de maneira convencional e identificar as causas das falhas, também possibilita propor alternativas, especificando dosagens ideais nas misturas e sugerindo novo dimensionamento das camadas que compõem o pavimento, tornando – o mais adequado e resistente ao tráfego.
As trincas, responsáveis pela deterioração das vias, começam geralmente de baixo para cima e são causadas pela intensidade de veículos ou excesso de carga sobre os revestimentos asfálticos, seja mistura asfáltica ou concreto. A pesquisa, que conta com apoio da FAPERJ, foi desenvolvida durante a elaboração da tese de doutorado do pesquisador Delson Braz, sob a orientação dos professores dos programas de engenharia civil e nuclear do COPPE, Laura M. Goretti da Motta, e Ricardo Tadeu Lopes. A técnica de tomografia computadorizada é um ensaio que permite visualizar e quantificar a estrutura interna de um corpo, em duas ou três dimensões, sem para isso ter que destruí-lo ou danificá-lo. “A aplicação desta técnica nos permite fazer uma série de estudos no campo da Geotecnia, como avaliar a homogeneidade da mistura asfáltica, identificar os defeitos e seus desdobramentos sobre o comportamento das vias.”- explica Braz. Outra vantagem é que, ao simular o tráfego de veículos e suas cargas, é possível propor a formulação da mistura asfáltica mais adequada ao local que será aplicada, estimando, inclusive, seu tempo de duração. “A utilização desta técnica pode tornar as estradas mais duráveis e confortáveis para o usuário, além de propiciar economia a empresas, órgãos públicos e, principalmente, ao próprio contribuinte”- garante.
Segundo Braz, os ensaios com concreto de cimento, ainda se encontram em fase de teste. O pesquisador afirma que até agora o estudo das misturas asfálticas possibilitou uma avaliação precisa do mecanismo de fratura dos materiais, devido a carga de veículos, possibilitando a melhoria nas dosagens das misturas que hoje são feitas nas usinas de asfalto em todo o país.
Fonte:
http://www.planeta.coppe.ufrj.br/noticias/noticia000061.html
acesso em março de 2002