“A patente é o instrumento que liga o conhecimento à produção. É a ponte que possibilita o desenvolvimento dos processos verdes”. Assim, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mediadora do debate, Elba Bom, iniciou o evento Patentes Verdes, realizado pelo Museu do Amanhã, no dia 16/01.
O encontro reuniu também a pesquisadora do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e doutora em Gestão da Qualidade em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Gisele Almeida, e o diretor Jurídico, de Meio Ambiente, Gente e Suprimentos da New Steel, Newton de Souza. A empresa conseguiu uma patente verde por seus processos de tratamento e beneficiamento de minério e rejeitos de ferro.
Um dos gargalos para a inovação no Brasil era o tempo médio que se levava para conseguir uma patente, cerca de uma década. Para solucionar a questão, o INPI criou o programa Patentes Verdes, que acelera o processo para criações que beneficiam o meio ambiente.
“Mais de 50% dos depósitos de patentes verdes são de inventores ou autores nacionais. Isso significa que estamos produzindo e gerando inovação verde, e não importando tanta tecnologia quanto se pensa. Hoje, os principais depósitos são de gerenciamento de resíduos, energias alternativas e agricultura. O tempo médio das decisões gira entorno de um ano e meio, que está na média de outros países”, ressaltou Gisele Almeida.
Exemplo de empresa que teve uma tecnologia reconhecida pelo INPI, a New Steel conquistou a patente verde pela técnica de processamento e beneficiamento de minério de ferro e seus rejeitos a seco. “Diferente do método tradicional, que utiliza pelo menos mil litros de água na separação de cada tonelada do minério, a inovação permite a segregação de ferro de forma 100% sustentável. A nossa tecnologia foi reconhecida como patente verde em tempo recorde. Depositamos a mesma patente em 28 países e o primeiro que concedeu foi o Brasil”, comemorou Newton de Souza.
Este evento fez parte das discussões trazidas pela Exposição Temporária Inovanças – Criações à Brasileira, que está aberta ao público até 18/02, no Museu do Amanhã.