Roupas confeccionadas em jeans são o alvo do químico têxtil Carlos Alberto Santos, que desenvolveu um novo sistema de lavagem e beneficiamento do tecido. Atualmente, em todo o mundo, a lavagem do tecido jeans é feita com pedras – cinesita ou pome – que têm durabilidade máxima de quatro horas, que atuam junto com enzimas especiais. A pedra criada por Santos tem na sua vida útil a maior vantagem em relação ao material disponível no mercado para dar acabamento, como é o caso dos blue jeans, que já vêm com aquele “jeitinho envelhecido”. Na versão snow, que atua em lavagens a seco, a duração da pedra desenvolvida por Carlos Alberto Santos é de 10 meses de uso contínuo. Já o produto na versão stone, que é adotado em lavagens úmidas, tem 24 horas de durabilidade. Estes prazos foram dimensionados para máquinas de lavar industriais, com capacidade para 200 quilos e consideradas de tamanho padrão.
“Há ainda a vantagem de ser um produto não-poluente e reciclável”, avisa Carlos Alberto Santos. Além da aplicação no acabamento de tecidos pelas indústrias de jeans, a nova pedra pode ser usada também pelas lavanderias comerciais, para fazer uma “fricção das peças”, o que permitiria a limpeza de sujeiras mais resistentes. “Meu produto também não estraga as roupas”, assegura o inventor pernambucano. Por enquanto, este tipo de produto não está sendo produzido em escala industrial. No entanto, Carlos Alberto Santos está procurando parceiros que viabilizem a fabricação de seu invento. Ele revela que já existem algumas empresas e cooperativas interessadas na industrialização da pedra, mas, por enquanto, nenhum negócio ou acordo de parceria foi contratado.
Segundo a estimativa feita por Carlos Alberto Santos, somente o mercado nordestino tem condições de absorver 300 toneladas mensais do produto. Para divulgar a pedra, Santos está participando do XV Congresso Latino Americano de Química Têxtil, em Montevidéu (Uruguai). A expectativa do inventor é assinar contratos de produção ou parceria, a partir dos contatos feitos no evento. De acordo com Carlos Alberto Santos, a pedra foi desenvolvida em 1990. Desde então, o produto está sendo aperfeiçoado para se adequar às exigências do mercado de jeans, que muda os padrões de acabamento do tecido de acordo com a moda. Ao desenvolver o produto, Santos definiu também a dimensão dos equipamentos necessários à produção da pedra.
Fonte:
http://www2.uol.com.br/JC/_1998/0810/ec0810n.htm
acesso em agosto de 2002
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