Prótese de Osso Bovino

Uma alternativa à utilização de próteses de titânio: dispositivos feitos de osso bovino. Recorrer ao biomaterial em cirurgias ortopédicas é o que propõe um dos trinta e dois trabalhos participantes da 1° Feira do Inventor. As vantagens parecem ser claras. O organismo humano teria menos chances de apresentar rejeição a peças feitas a partir do fêmur de bois, ao contrário do que acontece com o titânio, material mais comumente utilizado. Testes realizados em cachorros, feitos pelo Centro de Ensino e Pesquisa em Implantes Dentários (CEPID) da UFSC, mostraram que a recuperação é melhor e mais rápida.

 

Além disso, não haveria a necessidade de uma segunda intervenção cirúrgica para retirada da prótese, atenuando impactos psicológicos e diminuindo a quantidade de práticas invasivas. O osso de boi serve de matéria-prima para o osso natural quando este se regenera. O biomaterial é absorvido pelo organismo, ficando envolvido pelo osso natural no final do processo. A tecnologia ainda não é comercial e está em fase de testes, mas já se apresentam diversas aplicações. As linhas estudadas são para composição de bloco de enxerto, em cirurgias para ganho de massa óssea; fixação de fraturas; fixação de membranas e aumento da altura óssea do maxilar. Essa última com uma característica em especial: como o osso de boi tem morfologia parecida com o humano, possui vasos naturais que permitem a proliferação de capilares, que fazem o sangue circular pela área, situação que seria inviável quando utilizado o metal titânio.

A pesquisa é interdisciplinar, envolvendo as áreas de Biologia, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Medicina e Odontologia. Os responsáveis pelo projeto ‘Desenvolvimento e fabricação de protótipo de implante odontológico a partir de osso bovino liofilizado’ são Lourival Boehs, professor na Engenharia Mecânica; Ricardo de Souza Magini, professor da Odontologia; e Steferson L. Stares, doutorando da UFSC, graduado e mestrado em Engenharia Mecânica. Sérgio Eirado Ribeiro de Almeida, graduando de Engenharia de Materiais, é voluntário do projeto há um ano e meio e tem participação ativa em seu desenvolvimento. A esterilização do biomaterial é um procedimento delicado, passando por água quente, congelamento e irradiação por raios gama. Como Sérgio explica, a irradiação é a fase que mais enfraquece o osso. Para viabilizar o uso na medicina ortopédica, ele trabalha buscando métodos de recuperar e melhorar a resistência mecânica do dispositivo, modificando os parâmetros de irradiação.

Para testar a resistência dos parafusos, desenvolveu três tecnologias, que torcem, puxam e forçam o material, funcionando como controle de qualidade. Com isso, pode-se determinar a intensidade do esforço que o médico deverá aplicar em cada tipo de dispositivo. Já em seu último ano de curso, Sérgio diz que a possibilidade de estudar o biomaterial lhe abriu portas no campo profissional. “Essa área ainda tem muita perspectiva de crescimento e várias aplicações a serem descobertas; faltam, no entanto, pessoas interessadas por essa tecnologia”. A 1ª Feira do Inventor acontece durante a 8ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão, entre a quarta, 21, e o sábado, 24/10/2009, no campus da UFSC.

 

 

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4056347-EI8147,00-Cientistas+mostram+suas+invencoes+curiosas+em+feira+em+SC.html

http://www.agecom.ufsc.br/index.php?id=10134&url=ufsc Por Tifany Ródio / Bolsista de Jornalismo na Agecom

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4780882E0&tipo=completo&idiomaExibicao=1

acesso em outubro de 2009

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