Purificação de Águas com Camarão

A casca de camarão geralmente é desperdiçada pelas indústrias pesqueiras, em todo o país. O que hoje vai para o lixo pode ser uma saída para a despoluição dos nossos rios. Esta é uma das propostas da pesquisa da gaúcha Cristhiane Assenhaimer, 21 anos, vencedora da categoria Estudantes do XIX Prêmio Jovem Cientista. Aluna do 7º período de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, Cristhiane alerta para o fato de que as indústrias químicas, de fertilizantes e mineradoras produzem, durante a confecção de seus produtos, o que ela chama de íons sulfato. Apesar da baixa toxidade, os íons sulfato causam grandes prejuízos, porque provocam entupimento e corrosão nas tubulações dessas empresas e também das redes de esgoto. Ela reproduziu em laboratório as características da água contaminada durante o processo industrial. Depois, utilizando a casca de camarão, que já foi limpa e tratada para aproveitar ao máximo o seu potencial de adsorção – fixação de moléculas da substância tóxica na superfície , Cristhiane consegue remover quase na sua totalidade o material tóxico existente na água analisada. Este trabalho teve como ponto de partida um estudo que estava sendo desenvolvido no Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental, da UFRGS.

Além de usar um material que praticamente não tem custo, como a casca de camarão, a pesquisa de Cristhiane pode gerar empregos em um país como o Brasil, que é um grande produtor desse crustáceo. Afinal , as pessoas poderiam ser contratadas para separar estas cascas, que seriam aproveitadas na despoluição dos nossos recursos hídricos. E também diminuir os elevados custos de manutenção das tubulações das mineradoras e das indústrias químicas, que sofrem com os efeitos devastadores das substâncias tóxicas presentes em seu processo de produção. A pesquisa de Cristhiane Assenhaimer foi orientada pelo professor Jorge Rúbio.

 

Fonte: http://www.cnpq.br/noticias/071003pjc.e1.htm

acesso em fevereiro de 2004

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