O regulador Xavier é um preparado à base de extratos vegetais, de plantas medicinais, desenvolvido em São Paulo, pelo farmacêutico João Gomes Xavier, para distúrbios da menstruação, e registrado no órgão de saúde desde 1930. na época os males ditos “femininos” eram tratados, na maioria das vezes, com chás e infusões caseiras, passados de mãe para filha, sempre num clima de mistério: “aqueles dias” eram uma prova da condição feminina, uma “doença” relacionada ao sexo e portanto, íntima e secreta. Não se imaginava que a TPM (tensão pré-menstrual) seria um dia discutido nos escritórios e mesmo apresentada em atenuantes em crimes. O regulador Xavier surgiu como um remédio moderno usado em duas versões: o número 1 para excesso e o número 2 para a escassez das regras.
O público-alvo sabia do se tratava, e a propaganda enfatizava a liberdade alcançada pela mulher com o final das cólicas e dos problemas do que era chamado com propriedade, de “incômodo”. Quem não se lembra do jingle: “1,2 .. 1,2 .. Regulador Xavier: o remédio de confiança da mulher”? A necessidade de deixar bem clara a diferença entre as duas versões do Regulador Xavier, batizadas de número 1 e número 2, esteve sempre a cargo da propaganda. Por essa razão, nas embalagens, desde o início de sua criação todo o destaque foi dado justamente ao número, para eliminar qualquer possibilidade de engano. Não por acaso os números são impressos em vermelho, a mais saturada das cores e portanto de maior visibilidade, sobre um fundo amarelo cercado por barras verdes.
Em 1957, a marca e as licenças foram adquiridas pelo Laboratório Hepacholan S.A, também de São Paulo, que as detém até hoje, comercializando as duas versões do produto em farmácias de todo o Brasil, e mantendo as duas formulações de plantas medicinais. Decorridos setenta anos, produtos assim formulados são agora denominados fitoterápicos, e a Organização Mundial de Saúde dos Estado Unidos os reconhece como produtos de uso tradicional com experiência comprovada por décadas. O Laboratório Hepacholan é uma companhia industrial inteiramente nacional e ainda mantida sob controle integral do grupo familiar.
Fonte: http://www.seculovinte.com.br/pt/reclames_radio/index. php (para ouvir o jingle da propaganda) acesso em novembro de 2009
Marcas de Valor no Mercado Brasileiro de Anna Accioly, Joaquim Marçal F. de Andrade, Lula Vieira e Rafael Cardoso Denis, SENAC/INPI, 2000, página 112