Stressímetro

O Stressímetro, invento vencedor do 13º Prêmio Talento Brasileiro, é um aparelho para ser utilizado na agricultura com a finalidade de determinar o ponto mínimo de umidade do solo, a partir do qual a planta pode ser prejudicada, o stress hídrico. Seu autor é o engenheiro pernambucano Fernando Antônio Franco da Encarnação, da Alttec Indústria e Comércio LTDA, de Recife, PE. No final de junho, esse equipamento foi selecionado entre 44 finalistas, de um total de 203 inscritos em 17 estados. Segundo o assessor técnico do Prêmio, Victor Bompet, o fator decisivo para a escolha do Stressímetro foi o alcance social que o invento terá por contribuir para um grande aumento da produtividade na agricultura. Por sua criação, Fernando receberá do SESI/ DN, diploma, medalha Roberto Simonsen e prêmio em dinheiro no valor de R$ 7 mil. O criador do Stressímetro explica que o aparelho é a terceira geração de seus equipamentos desenvolvidos para solo e irrigação.

 

Um equipamento para a determinação do limite inferior de umidade do solo, a partir da qual, a planta inicia o processo de depressão produtiva. O equipamento é composto por um recipiente para solo e um corpo externo , quando superpostos, delimita no interior o reservatório de água. Na borda superior do recipiente para solo, instala-se um manômetro, para monitoramento da pressão no interior do reservatório. Um tubo de admissão é fixado pela parte superior a um nipo de vedação que se encaixa perfeitamente à sede , no flange do recipiente para solo . Na parte superior do tubo de admissão, está fixada uma célula depressão , mergulhada em um poço de pressão, de nível constante. A presença do solo úmido no recipiente, e o nipo de vedação encaixado, torna o reservatório hermeticamente fechado. Embora a água esteja em contato direto com o solo através do tubo coletor, e da câmara de distribuição, o fluxo só ocorre quando a gradiente de umidade do solo é suficiente para romper os meniscos, na célula de pressão, pois este é o único ponto possível de haver a admissão de ar para o interior do reservatório, quando isto ocorre, cotas d’água são liberadas para o solo, reduzindo a intensidade do gradiente de umidade do solo, formando-se, automaticamente, novos meniscos na célula de pressão, estancando o fluxo.

De acordo com Fernando, os norte-americanos consideraram o funcionamento do seu invento algo tão revolucionário que exigiram a descrição do segredo industrial para reconhecer a patente. Ele explicou que o interesse da NASA é utilizar a unidade, que consiste em um tipo de vaso, com uma válvula de pressão feita para liberar água à medida que a planta necessita, para fazer experiências com vegetais fora da atmosfera terrestre. O pesquisador, que é PhD em Física pela Universidade de São Paulo e possui mestrado em engenharia nuclear pela Universidade Federal Pernambuco, disse que o vaso auto irrigável, também chamado por ele de Power Green, ou força verde, se confeccionado em grandes dimensões, poderá ser destinado a produção de alimentos em áreas semiáridas e desérticas do planeta. O vaso auto irrigável tem 10 centímetros de altura por 16 de diâmetro superior e 12 de diâmetro inferior.

Segundo o inventor, o sistema não permite a proliferação de microrganismos, como por exemplo o mosquito Aedes aegypti, causador da dengue. O Stressímetro está sendo produzido pela Alttec Indústria e Comércio Ltda, onde Fernando trabalha há um ano e meio. A empresa está fabricando cerca de 20 mil unidades/mês do produto, que é comercializada ao preço de R$ 7,00, cada um, para os Estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas, Paraíba, Amazonas, Amapá, São Paulo e Ceará. Encarnação ressaltou que antes do invento não havia nenhum mecanismo que apontasse com precisão o melhor momento de se fazer a irrigação, sem expor a planta a uma carência de água que comprometesse o seu desenvolvimento. O equipamento é capaz de determinar o ponto mínimo de umidade do solo a partir do qual a planta inicia o seu processo de depressão produtiva. Além disso a capacidade do reservatório de água pode durar até 45 dias, o que elimina a necessidade diária de irrigação das plantas. O jarro auto irrigado por pressão sub atmosférica sob nome comercial “Power Green” foi concebido a partir da aplicação da teoria da dinâmica e redistribuição de água no solo, estabelecida na tese de doutorado de Fernando Encarnação e se mostrou altamente eficiente para a solução da proliferação do mosquito da dengue, que na época, se alastrava e vitimava um enorme número de pessoas, especialmente nas áreas menos assistidas por saneamento básico. Em um segundo momento o inventor demonstrou a fabricação do equipamento em grandes dimensões para produzir alimentos em condições extraterrestres. “Este invento pode revolucionar a agricultura em locais extremamente áridos”, garante. O aparelho despertou, inclusive, interesse de cientistas da NASA. Fernando Encarnação recebeu um fax de pesquisadores da agência espacial americana que manifestaram interesse em uma análise mais aprofundada no equipamento. Segundo o inventor o Power Green foi uma de suas invenções de maior sucesso comerciais à época “porém demandava muito trabalho e sua produção em larga escala era muito dependente da minha pessoa, pois envolvia um segredo industrial, hoje já superado”

 

Fonte: http://www.senai.br/sb24/espaco24.htm

Acesso em janeiro de 2003

http://www.radiobras.gov.br/ct/1996/materia_050796_3.htm

http://www2.uol.com.br/JC/_2000/2209/cm2209a.htm

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