Técnica Float de Plantio de Fumo

 

Para garantir que cada cigarro produzido pela Souza Cruz tenha o mesmo padrão de qualidade e a personalidade que caracteriza cada marca, a empresa acompanha muito de perto todas as fases de sua produção, em especial o plantio do fumo. Desde 1918, a empresa firmou uma parceria até então inédita no país: Estabeleceu a compra de 100% de sua matéria-prima junto à fumicultores integrados. Foi desta forma que a cultura do tabaco se transformou em uma das mais garantidas fontes de renda para as pequenas propriedades do Sul do país.

A necessidade de adequar a produção brasileira às exigências do mercado internacional também repercutiu positivamente na fumicultura brasileira. A sofisticação exigida melhorou consideravelmente a relação de aproveitamento dos recursos naturais disponíveis, especialmente a água e o solo. Cerca de 45 mil produtores são assistidos tecnicamente pela Souza Cruz, cujas pesquisas constantes aperfeiçoam as formas de produção, racionalizando insumos e barateando os custos. Isso se dá pelo fornecimento de sementes de variedades adequadas a cada produtor, de acordo com o clima e o solo de cada propriedade. Adubos, corretivos, equipamentos e demais insumos necessários à cultura também lhe são fornecidos, sendo financiados através do crédito rural e pagos com a venda da safra. Os investimentos realizados – como construção de estufas, paióis e galpões – são financiados junto à rede bancária -, pela empresa.

 

O produtor típico é o mini fundiário do Sul do país, com uma propriedade que tem, em média, 20 hectares de extensão, dos quais apenas 10%, ou seja, 2 hectares, são empregados na produção de tabaco, durante cerca de quatro meses ao ano. A alta produtividade e estabilidade do mercado, onde os preços mínimos são estabelecidos antes da safra, fazem desta a principal atividade econômica das pequenas propriedades espalhadas por mais de 600 municípios, nos três estados da região. Grande parte do interesse dos agricultores na produção vem do fato de que o fumo é, no Brasil, o único gênero agrícola que tem a venda de toda a produção garantida e com preços preestabelecidos por acordo, antes da colheita. Em geral, uma colheita rende de 1,9 mil a 2,4 mil quilos de fumo por hectare. No restante da propriedade o fumicultor diversifica, produzindo outras culturas, e cria animais – especialmente aves e bovinos.

Os fumos adquiridos pela Souza Cruz são basicamente de dois grupos: a estufa, com o tipo Virgínia, que são curados com fonte de calor, e os tipos burley e comum, curados naturalmente. Depois de semeadas, as mudas levam cerca de 60 dias para atingir o tamanho ideal para o plantio. Trata-se de uma fase especialmente cuidadosa, onde o controle de pragas e doenças deve ser intensivo, para evitar o comprometimento de toda a safra. Graças às pesquisas e desenvolvimento de tecnologia agrícola empreendida pela Souza Cruz, é correto afirmar que a cultura de fumo no Brasil é, atualmente, uma das que menos utilizam agroquímicos. Neste aspecto, o Sistema Float, desenvolvido pela Souza Cruz, de produção de mudas em bandejas, pode ser considerado o mais significativo avanço obtido pela cultura de fumo , tendo em vista que sua utilização não apenas reduziu drasticamente a utilização de agroquímicos, como também suprimiu inteiramente a necessidade de utilização do Brometo de metila.

Quando estão no tamanho ideal, as mudas são transplantadas para a lavoura, já com a área adubada. No interesse da plena conservação do solo, os técnicos da Souza Cruz têm uma permanente preocupação em instruir os fumicultores sobre técnicas mais adequadas, como o plantio direto e a rotação de culturas, essenciais para a preservação do solo das pequenas propriedades. A colheita das folhas é iniciada cerca de 60 dias após o plantio. Neste período, o agricultor monitora o crescimento, realiza o controle integrado de pragas e doenças, além de realizar a capação, ou seja, a retirada das flores para que as folhas se desenvolvam mais, com mais peso e qualidade. No fumo estufa, a colheita se processa por etapas, num cuidadoso trabalho manual, em sucessivas apanhas, que começam das folhas inferiores e vão até as superiores, de acordo com seu crescimento e maturidade. As folhas do fumo galpão amadurecem uniformemente e, na colheita, a planta é cortada de uma só vez.

Após a colheita, as folhas no fumo estufa, ou as plantas no fumo galpão, são amarradas em varas e levadas para secar em estufas ou galpões, dependendo do tipo. No processo de secagem, além da perda da água e da mudança da cor (que dá ao fumo curado o seu característico tom amarelado ou castanho), as folhas sofrem uma série de transformações bioquímicas. Estas transformações são essenciais para a característica de sabor específico às diferentes marcas de cigarros. Depois de curado, o fumo é armazenado em paióis, onde aguarda a comercialização. Antes de serem enviados às Unidades de Processamento da Souza Cruz, os produtores o acondicionam em fardos, que são transportados por caminhões contratados pela empresa até os depósitos das fábricas, em condições ideais de conservação e higiene. Após a colheita, a maioria dos fumicultores planta milho, feijão ou adubação verde. Além de aumentar a lucratividade, estas proporcionam o uso racional do solo. A Sousa Cruz produz cerca de 85 bilhões de cigarros, a cada ano. Cada cigarro contém cerca de 0,8 gramas de fumo.

 

Fonte:

http://www.expressao.com.br/finep/premio_finep_venc.htm

http://www.souzacruz.com.br/cultura_producao.htm

http://www.tierramerica.net/capadeozono/firmesavances.shtml

 

Acesso em maio de 2002

 

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