Construído pela Embraer sob licença da Aermacchi, o modelo MB-326, aqui denominado AT-26 Xavante, destina-se a missões de Treinamento e de Ataque ao Solo. Produzido, em quatro continentes, ele suporta 7,5G’s positivos e 3G’s negativos, o que o torna extremamente manobrável. Construído na Itália, Austrália, Brasil e África do Sul o Xavante é muito admirado pelo seu baixo custo de produção e operação, com resultados de alto desempenho e versatilidade. Na África do Sul, o Impala, como é chamado, equipa a esquadrilha de demonstração aérea Silver Falcons e operou em missões de penetração ao território angolano na Guerra da Namíbia. No Brasil, o Xavante equipa esquadrões de Caça e Reconhecimento, além de operar no Comando Aéreo de Treinamento (CATRE). É um avião que reúne simplicidade e bom desempenho, equipando, além da Força Aérea Brasileira, as armas aéreas da Argentina, Paraguai e Togo.
Em meados dos anos 50, as forças aéreas dos países da Europa necessitavam de uma aeronave a jato, para reequipar as suas escolas de instrução de voo avançado e, também, servir como avião de transição para os novos caças supersônicos que seriam introduzidos em seus arsenais no início da década de 60. Nesse clima, uma grande concorrência de âmbito mundial, foi aberta para a escolha do treinador avançado da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que equiparia a maioria dos países europeus constituintes de tal aliança.
Projetado inicialmente com um avião de treinamento básico no qual instrutor e aluno voariam lado à lado, o Aermacchi MB.326 italiano foi modificado pela Aeronáutica Militare Itáliana que preferia uma versão com um piloto na frente e outro atrás. Em 1956 foi autorizado o projeto final e o primeiro voo foi realizado em Dezembro de 1957. Apesar do primeiro protótipo se acidentar numa demonstração no Egito, o segundo encheu os olhos do alto comando da Força Aérea Italiana e o contrato inicial de compra foi assinado em 1958.
As suas excelentes características, despertaram um grande interesse das forças aéreas de vários países que selecionaram o M.B. 326, em suas diferentes versões, que foram sendo desenvolvidas de acordo com os requisitos dos novos clientes, além da Empresa Aérea Alitalia, que encomendou quatro unidades, equipadas com painel de instrumentos no estilo de uma aeronave comercial, para propiciar o treinamento de seus pilotos por um preço bem reduzido. Tais aeronaves entraram em serviço em 27 de maio de 1963.
O fim da vida operacional dos veteranos jatos Lockheed AT-33A Shooting Star, em uso nos principais esquadrões operacionais de caça da FAB, assim como a necessidade de aquisição de uma aeronave que fizesse a transição para a primeira aeronave supersônica da Força aérea Brasileira, que estava em fase final de seleção e levando-se em consideração que tais aeronaves aumentam os requisitos básicos para o treinamento de pilotos militares, obrigou as autoridades da Aeronáutica a iniciarem a escolha de uma aeronave que atendesse tal demanda.
Inúmeras aeronaves foram analisadas e experimentadas, porém o requisito de que a mesma tinha que ser montada no Brasil, inicialmente a partir de kits, e passando a ser nacionalizada à medida que a produção avançasse, canalizaram a escolha para um jato muito parecido com o AT-33A, que já estava fazendo muito sucesso na Itália e em sete forças aéreas de outros países: o jato de concepção italiana Aermacchi M.B. 326.
A EMBRAER iniciou imediatamente os preparativos para adequar a linha de montagem da nova aeronave, assim como a seleção e o treinamento dos recursos humanos que trabalhariam na construção do Xavante. A produção da aeronave teve início em ritmo acelerado, sendo que já em 06 de setembro de 1971 o primeiro avião montado no Brasil realizava o seu voo inaugural em São José dos Campos e no dia seguinte, que seria o da Independência do Brasil, 07 de setembro de 1971, realizava o seu voo oficial nas cidades de São José dos Campos, Rio de Janeiro e São Paulo com impressionante sucesso.
O Xavante foi o terceiro modelo entrar em produção na Embraer. Desenvolvido no fim da década de 50 para Força Aérea Italiana, ele entrou em serviço em 1962 e já havia sido exportado e também produzido sob licença em outros países, como a Austrália e África do Sul, antes de ser adotado pela FAB. A entrega formal dos dois primeiros exemplares à FAB foi em setembro de 1972. As linhas de produção do modelo ficaram abertas por 11 anos, fabricando nada menos que 182 aviões, sendo 166 para a FAB, 6 ao Togo, 10 ao Paraguai e 11 à Argentina.
Fonte:
http://www.aer.mil.br/aeronaves/xavantelink.htm
http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/port/at-26.html
http://www.aviacaomilitarbrasil.hpg.ig.com.br/aeron/xavante.htm
Acesso em março de 2002
http://www.jetsite.com.br/mostra_fabricantes.asp?Codi=31
Acesso em setembro de 2004