A “EasyCath” foi criada por inventora com necessidade especial e é focada no público feminino
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 24% dos brasileiros são pessoas com necessidades especiais. Esse público, porém, carece de produtos adaptados e se vê, muitas vezes, obrigado a criar soluções próprias para realizar tarefas básicas do cotidiano. A bancária Patrícia Oliveira dos Santos, afiliado à Associação Nacional dos Inventores (ANI), sofreu uma lesão medular e se tornou cadeirante. Nessa condição, ela sentia dificuldades para realizar o auto-cateterismo com as calças e calcinhas convencionais – disposta a simplificar a tarefa de remover a roupa e realizar o procedimento, ela criou a linha “EasyCath”.
“É muito difícil a colocação e a retirada de calças sempre que a pessoa precisa realizar o cateterismo vesical intermitente limpo seja pela dificuldade de vestir a roupa ou pela dificuldade de transferência da cadeira para o vaso sanitário sempre que necessário”, comenta Patrícia. Para a inventora, as restrições no vestuário impactam negativamente na livre convivência em sociedade, na autoestima e no bem-estar da pessoa com lesão medular.
A “EasyCath” é composta por calças, bermudas, shorts e calcinhas adaptadas: calças e bermudas possuem um zíper no entrepernas e as calcinhas botões do tipo “tic tac”, a exemplo do que acontece em collants e body femininos. Combinadas – calças/ bermudas e calcinhas adaptadas – permitem que o usuário tenha acesso à região genital, facilitando a higienização e a realização do auto-cateterismo.
Para o futuro, Patrícia também planeja uma linha de peças adaptadas voltada ao mercado masculino. A “EasyCath” já está patenteada pela inventora junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) e atualmente ela está à procura de investidores para viabilizar a produção seja por meio do licenciamento ou venda da patente, ou pela formação de sociedade.