Criador de um sistema que utiliza luzes e sensores para identificar cadeiras vagas em salas de cinemas e teatros, o operador de processos Rafael Aparecido Barros de Melo, 27 anos, levou quatro anos para aperfeiçoar a invenção. “A ideia surgiu quando fui a uma sessão de cinema e tive dificuldade para encontrar um assento para mim e minha namorada. Entretanto, não tinha conhecimento técnico suficiente e faltava tempo. Fui obrigado a ir atrás de tudo, pesquisar muito, e conversar com muita gente. Isso sempre com o receio de acabar revelando a minha ideia”, comentou.
Segundo ele, o mais difícil é tentar conciliar a rotina de trabalho, faculdade e estágio, à vida de pai, marido e inventor. “Tem dias que eu saio de casas às 6h30 e acabo voltando só às 23h. Em outros, eu trabalho de madrugada e faço estágio pela manhã. Resta muito pouco tempo para pensar em invenções”, destacou Melo.
Em relação à questão financeira, Melo não destoa de outros pequenos inventores do País ao lembrar da falta de incentivos. “Tive que bancar tudo do meu bolso, porque não existe uma cultura de patrocínio. Cortei despesas e conversei muito com a minha mulher. Mas ela entende, e inclusive me ajuda dando ideias e propondo novas invenções”, ressaltou.
Mesmo quando resolve dedicar parte do seu tempo livre à família, ele não se desliga totalmente do mundo dos inventores. “Gosto muito de levar a minha mulher e o meu filho de três meses ao Parque do Ibirapuera, porque lá é sossegado e consigo pensar. É diferente da agitação de um shopping”, destacou. Apesar de se definir como “um curioso, que gosta de procurar e aperfeiçoar”, o operador afirma que não se imagina vivendo de invenções em um futuro próximo. “Eu tenho vontade de largar tudo e me dedicar só às invenções, mas ainda não dá para concretizar esse sonho. Enquanto isso, vejo essa vida como um plano, algo para quando me aposentar”, pontuou.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/default.asp?pt=secao&pg=detalhe&c=1&id=5778202&titulo=Inventores+lutam+pelo+direito+de+criar
acesso em novembro de 2009
envie seus comentários para [email protected].