Quais companhias estão fazendo um trabalho bacana, qual país está se destacando, o volume de investimentos e os nomes por detrás das cifras.
Um fato: carros voadores já estão passando pela transição de ser um mero conceito fascinante para uma tecnologia promissora. Mas a pergunta que fica é: realmente iremos ver carros sobrevoando as cidades ao redor do mundo? Como que o mercado irá reagir? Para responder, aqui está um breve lampejo do atual ecossistema que orbita essa questão: quais companhias estão fazendo um trabalho bacana, qual país está se destacando, o volume de investimentos e os nomes por detrás das cifras.
Dê uma olhada:
Companhia | País | Fundada em: | Investimento: | Investidores |
Lilium Aviation | Alemanha | 2014 | US$ 101,4 milhões | Tencent, Atomico, e42 Ventures, Obvious Ventures |
Volocopter | Alemanha | 2012 | US$ 29,5 milhões | Daimler |
Ehang | China | 2014 | US$ 52 milhões | GGV Capital, GP Capital, ZhenFund, LeBox Capital |
Joby Aviation | Estados Unidos | 2009 | US$ 15,5 milhões | 8VC, Capricorn Venture Partners |
AeroMobil | Hungria | 2010 | US$ 3,2 milhões | LRJ Capital, InfraPartners Management |
Moller | Estados Unidos | 1983 | N/A | N/A |
Zee.Aero | Estados Unidos | 2010 | US$ 100 milhões | Larry Page |
Kitty Hawk | Estados Unidos | 2015 | N/A | Larry Page |
Terrafugia | Estados Unidos | 2006 | US$ 6,56 milhões | Haiyin Capital, Transcendent Holdings |
PAL-V | Holanda | 2001 | N/A | N/A |
Cartivator | Japão | N/A | N/A | Toyota Motors |
Neva Aerospace | Reino Unido | 2013 | US$ 2,53 milhões | Schübeler Technologies GmBH |
Hoversurf | Rússia | 2014 | N/A | N/A |
Malloy | Reino Unido | N/A | N/A | N/A |
Aerofex | Estados Unidos | N/A | N/A | N/A |
Fonte: Crunchbase, PitchBook, Bloomberg.
O ecossistema está em maturação. Já existem 15 startups trabalhando em diferentes conceitos de carros. Além disso, várias corporações peso pesado, como a Airbus e a Toyota, também estão desenvolvendo essa tecnologia. Falando sobre a geografia, mais de metade das empresas estão baseadas nos EUA; no entanto, há também uma forte presença na União Europeia.
Detalhando as estatísticas de investimento, essas empresas levantaram até agora US$ 310,7 milhões de todos os ramos do ecossistema: VCs típicos (por exemplo, Atomico), empresas (Daimler, Toyota, Tencent) e anjos notáveis (Larry Page). 2017 realmente está sendo o ano para esse tipo de investimento, impulsionado principalmente pelas gigantescas rodadas levantadas pela Lilium (US$ 90 milhões) e pela Volocopter (US$ 29,5 milhões).
Quais são as dinâmicas por detrás disso e por que aconteceu agora? Gostaria de delinear dois fatores principais que impulsionam esta área: investimento significativo em marketing e maturação da tecnologia requerida.
Detalhando o primeiro ponto, o conceito de carro voador recentemente chegou aos grandes players da indústria, como Uber (com seu projeto Elevate) e o governo dos Emirados Árabes Unidos (primeiro teste público de táxi voador).
Consegue ver esse movimento? Esse é um claro esforço de gigantes se reinventarem. A Nova Economia está revolucionando a cultura de gestão corporativa. A tecnologia tem desafiado modelos de negócios estabelecidos. As boas práticas de gestão e governança são importantes, mas não aceleram mudanças disruptivas.
Existe um novo ecossistema de inovação que quer tomar o mercado dos incumbentes. Como juntar forças e se beneficiar dessa conexão, visando tanto a inovação radical, quanto a inovação incremental?
Outro aspecto é o rápido desenvolvimento da tecnologia relacionada a drones, que provou seu valor para empresas e passou de brinquedos focados no consumidor para uma ferramenta útil utilizada em uma variedade de indústrias, como construção e agricultura. Um processo semelhante está acontecendo agora com carros voadores, que são analisados em termos de entrega e aplicações de operações de emergência.
De fato, a tecnologia necessária para carros voadores está entre nós. O maior desafio é criar veículos de decolagem e aterragem verticais seguros e eficazes (VTOL), por exemplo, combinando helicóptero e avião – está sendo resolvido com a inovação no projeto de aeronave.
No entanto, apesar de que a tecnologia está pronta e há um interesse significativo tanto da indústria como dos investidores, ainda existem barreiras – a maior e mais desafiadora é a integração de carros voadores (e drones) no espaço aéreo público.
Este é um problema muito complexo em termos de regulamentação (os carros voadores serão controlados remotamente por operadores humanos ou autorizados a operar de forma autônoma?), infraestrutura necessária (como rastrear e controlar inúmeros veículos voadores não tripulados e como proteger esses recursos ciberfísicos) e tecnologia (como coordenar milhares de caminhos de voo em tempo real e fornecer gerenciamento de colisões).
É uma pauta quente. Aqui estão algumas perspectivas de como o ecossistema ainda pode evoluir:
Veremos carros voadores no mercado de massa em cerca de 10 a 15 anos – é provável que este tempo seja necessário para resolver o problema da integração no espaço aéreo público e, em certo sentido, convencer os clientes de que a ideia não é muito mais louca do que, por exemplo, ICOs ou jogos VR.
Os carros voadores representam uma interessante oportunidade de investimento e veremos mais e mais investidores estratégicos que financiam esta área. Além disso, provavelmente veremos algumas fusões e aquisições neste setor, levando em consideração um número significativo de empresas interessadas na modalidade, conforme ilustrado pela recente aquisição da Aurora pela Boeing, uma startup trabalhando em tecnologia que permite o voo autônomo.
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