O ácaro vermelho do cafeeiro vive na parte superior das folhas (epiderme superior). A fêmea, de aspecto avermelhado, tem 0,5 milímetros de comprimento e chega a depositar, a cada postura, de 10 a 15 ovos. Além dessa espécie, existe também o ácaro branco, que tem maior incidência em outras culturas. O ácaro vermelho se alimenta das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Com a ação da praga, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado. Em alguns casos, podem ser observadas pequenas teias, nas quais ficam grudadas poeira e ciscos. Apesar de pequenos, os ácaros podem ser vistos a olho nu. O primeiro caso de ataque do ácaro foi registrado em uma plantação de azevim americano, nos Estados Unidos. O fato ocorreu em 1917, no Estado da Carolina do Norte. Além do cafeeiro, a praga também já foi encontrada em outras culturas, como no arroz. O problema do ácaro é que, por raspar a superfície das folhas, ocasiona uma redução na capacidade fotossintética da planta. A praga também pode provocar a desfolha do cafeeiro e um retardamento no desenvolvimento de plantas jovens. O período de maior incidência ocorre em épocas de clima seco. Chuvas intensas garantem a paralisação do ataque, além de oferecerem condições da planta se recuperar.
O ácaro vermelho tem um grande poder de infestação, sendo que, se não for controlado no início, os riscos de toda lavoura ser atingida são grandes. O controle químico da praga pode ser feito com acaricidas. Porém, o ácaro tem se beneficiado com práticas de combate a outras pragas e doenças. Estudos comprovaram que fungicidas utilizados no controle da ferrugem aumentaram a população do ácaro vermelho. Da mesma forma, produtos químicos utilizados no combate ao bicho mineiro também causam um desequilíbrio e favorecem o aparecimento da praga, pois os predadores naturais são eliminados.
Os sintomas aparecem nas folhas e nos frutos do cafeeiro, caracterizando-se por manchas cloróticas, de contorno quase sempre bem delimitado, às vezes com um ponto necrótico central. Nas folhas, as manchas tomam constantemente a forma de anel, podendo coalescer, abrangendo grande parte do limbo. Nos frutos, os sintomas também aparecem em formas de anéis. Nos ramos, os sintomas de ataque ainda não foram bem determinados. O ácaro Brevipalpus phoenicis (Geijskes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae) tem sido relatado vivendo em cafeeiro no Brasil, pelo menos desde 1951 e posteriormente foi correlacionado com a mancha-anular (Chagas, 1973) causada por vírus do grupo dos Rhabdovirus (Chagas, 1988). Até 1988, a doença mancha-anular do cafeeiro não tinha ainda representado problema econômico, embora em 1986 tenha sido associada a uma intensa desfolha, devido a um inverno com baixa precipitação pluvial, condição muito favorável ao ácaro (Chagas, 1988).
O ácaro B. phoenicis é frequentemente encontrado associado aos ácaros predadores Iphiseiodes zuluagai (Denmark & Muma, 1972) e Euseius alatus (DeLeon, 1966) (Acari: Phytoseiidae), entre outros. Os ácaros predadores E. alatus e I. zuluagai são de grande importância para a cultura do cafeeiro, pois demonstraram alto potencial para predação do ácaro-praga B. phoenicis, vetor do vírus da mancha-anular, devendo ser preservados, inicialmente pelo método da conservação, com o uso, quando necessário, de produtos fitossanitários seletivos para o controle do ácaro da mancha-anular.
Depois de anos utilizando a aplicação de agroquímicos para combater os ácaros que atacam as lavouras de maçãs, a Agrícola Fraiburgo decidiu apostar em um sistema natural de controle da praga. O sistema adotado foi o Controle Biológico de Ácaro Vermelho (Panonichus) com uso de Ácaro Predador (Neoseiullus Californicius). O case foi premiado por utilizar um recurso natural em beneficio do homem e do meio ambiente, reduzindo, assim, o desequilíbrio ambiental e diminuindo também o uso de agroquímicos, além de garantir competitividade e lucratividade à empresa.
Fonte:
http://www.expressao.com.br/finep/premio_finep_venc.htm
http://www.coffeebreak.com.br/ocafezal.asp?SE=4&ID=24
acesso em maio de 2002