Proden

Alvo de polêmica entre a Prefeitura de São José do Rio Preto (438 km de SP) e a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, um remédio homeopático usado no combate à dengue foi registrado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no final de 2008. Com isso, ele está sendo comercializado nas farmácias do país, com o nome de Proden, sem necessidade de receita. O medicamento, desenvolvido pelo médico e pesquisador da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) Renan Marino, foi patenteado por um laboratório e é vendido em comprimidos. A ideia de fazer o composto surgiu durante uma epidemia em São José do Rio Preto, onde pacientes que haviam contraído os tipos 1 e 2 da dengue estavam pegando o tipo 3. “Os sintomas são semelhantes, embora em intensidades diferentes”, disse Marino.

Em 2007, o composto homeopático foi ministrado aos moradores de São José do Rio Preto em gotas. Naquele ano, em uma epidemia da doença na cidade, cerca de 20 mil doses do medicamento foram disponibilizadas à população. A iniciativa da prefeitura foi questionada pela Secretaria do Estado da Saúde, que decidiu interditar o produto. Para o governo estadual, naquela ocasião não havia comprovação científica da eficácia do remédio, a oferta estava sendo feita de forma indiscriminada –mesmo pessoas sem dengue recebiam o medicamento– e o remédio descumpria regras de manuseio e distribuição. A Secretaria Municipal da Saúde, que negou as acusações, reagiu e impediu que os técnicos do governo estadual entrassem nos postos para recolher o produto. Posteriormente, uma decisão da Justiça determinou que o remédio poderia ser distribuído, com receita médica.

 

O medicamento PRODEN® foi devidamente registrado na ANVISA como um medicamento homeopático, publicado no DOU (Diário Oficial da União) em 08 de dezembro de 2008 com a indicação de auxiliar no tratamento dos sintomas da dengue. Do levantamento concluído pelo pesquisador Dr. Renan Marino, médico homeopata, Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Professor Assistente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e professor de Homeopatia no Instituto Homeopático François Lamasson de Ribeirão Preto – 73,4% dos pacientes não apresentaram dengue. Dos pacientes que apresentaram dengue e tomaram o medicamento para tratar os sintomas, 92% tiveram alta em até duas semanas, que significa um curtíssimo período de convalescença.

Marino explicou a presença do veneno de cobra: “Uma pessoa que é picada tem hemorragia. Quando o veneno é usado em medidas homeopáticas, ele reverte esse efeito. Isso era conhecido na literatura médica, mas fizemos testes em ratos mostrando que os animais tratados com o composto recuperavam plaquetas sanguíneas”. O médico Renan Marino diz que 80% dos pacientes de São José do Rio Preto que tomaram o medicamento –que tem em sua composição substâncias extraídas de uma planta, um mineral e de veneno de cobra– não tiveram dengue. “Os trabalhos mostraram que quem toma o medicamento sem estar doente tem uma proteção. E quem toma estando doente tem diminuída a duração do quadro. Ele evita os quadros hemorrágicos.” Marino afirma que, com o uso do composto homeopático, o quadro de dengue tem a duração de cinco a sete dias quando o normal, segundo o médico, seria de duas a três semanas. De acordo com o registro da Anvisa, a versão em comprimidos do Proden ameniza os sintomas da dengue e pode ser comercializada sem receita médica. “Ela não causa efeitos colaterais e reduz muito o tempo de recuperação dos doentes”, explicou o farmacêutico Ezequiel Viriato, do Laboratório Homeopático Almeida Prado. Ele faz um alerta: “Não significa que as pessoas com sintomas devem deixar de ir ao médico e parar de combater o mosquito”.

A dengue é uma doença viral, febril aguda e benigna, com período de incubação de 5-8 dias. A febre é acompanhada de prostração, calafrios, dor de cabeça intensa, dor retro orbitária, dores musculares e articulares. Pode se observar ainda náuseas, vômitos, dor de garganta e adenopatias. A forma hemorrágica apresenta alta mortalidade, especialmente em crianças. (MARINO, 2008) O Aedes aegypti, vetor de maior importância no continente americano se reproduz facilmente em recipientes com águas paradas. Trata-se de vírus, que compartilha o gênero flavivírus com o vírus da hepatite C e da febre amarela, com 4 sorotipos diferentes, todos com acentuado hepatotropismo (MARINO, 2008) São José do Rio Preto apresenta um perfil epidemiológico constituído de milhares de indivíduos que apresentaram dengue pelos sorotipos 1 ou 2 e, uma vez que observado o surgimento de casos de grande intensidade sintomática relacionados com sorotipo 3, concluiu-se, a partir da aplicação do protocolo de determinação da observação dos quadros clínicos predominantes, pelo diagnóstico de uma situação de risco epidemiológico fragmentário composto pela associação dos ativos homeopáticos Eupatorium perfoliatum, Phosphorus e Crotalus horridus, como sendo a equação de maior analogia representativa na presente ocorrência dos quadros de dengue clássica e hemorrágica. Para tanto, foi introduzido o uso do medicamento homeopático, consistindo nessa associação sinérgica de Eupatorium perfoliatum + Phosphorus + Crotalus horridus, administrado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), buscando atenuar a intensidade dos sintomas da dengue e evitar as complicações hemorrágicas. O ativo Eupatorium perfoliatum representa o quadro típico de dengue clássica, enquanto o ativo Phosphorus exerce, através de sua ação hepatotrópica, manutenção da integridade funcional do órgão e da produção dos fatores de coagulação, e finalmente, o ativo Crotalus horridus que corresponde à síntese mais semelhante ao quadro hemorrágico da dengue.

 

Fonte:

http://odia.terra.com.br/ciencia/htm/remedio_contra_dengue_229463.asp

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u502191.shtml

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4774736H6

http://www.homeopatiaalmeidaprado.com.br/default2.asp?idn=181

acesso em fevereiro de 2009

MARINO R. – International Journal of High Dilution Research, v.7, issue 25, p.179-185, December 2008

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