Grade Expansora para Desobstruir Artérias

O cardiologista Jorge Roberto Buchler e o engenheiro mecânico Aristides Lavini de São Paulo, desenvolveram um instrumento de recuperação de coronárias, trata-se do stent, dispositivo semelhante a uma mola espiral, colocado dentro da artéria obstruída, com o coração batendo e o paciente acordado. Buchler e Lavini levaram dois anos para encontrar um metal que tivesse a resistência e a flexibilidade desejadas e ao mesmo tempo não provocasse reação nos pacientes. A ideia de usar stents dentro das artérias veio da Suíça e data do início da década de 80. Buchler decidiu produzir stents no Brasil aperfeiçoando o processo. O stent nacional é feito manualmente e custa mais barato.

 

A grade expansora foi desenvolvida especialmente para ser utilizada em angioplastias, com a finalidade de fornecer à artéria uma estrutura interna capaz de mantê-la desobstruída. Pela angioplastia oclusões e dissecções arteriais são tratadas pela introdução de um balão plástico no interior da artéria, que é insuflado adequadamente na região da lesão. Essa técnica tem mostrado eficientes casos simples, porém quando a lesão original é aguda ou muito extensa, há grande tendência em se tornar crônica e voltar a se manifestar, mesmo após uma, duas ou mais angioplastias. Neste caso diz-se que ocorreu uma ré estenose na lesão, e é muito comum tornar-se necessário um procedimento cirúrgico do tipo ponte de safena, a fim de garantir a vida do paciente.

A fim de reduzir a percentagem de casos nos quais a lesão arterial volta a se manifestar, foi proposto na década de 70, a utilização de uma peça metálica, chamada stent, que colocada no interior da artéria, na região da lesão, proporcionaria às paredes internas da artéria uma estrutura capaz de auxiliar sua desobstrução. Os stents disponíveis podem ser auto expansíveis ou grades expansíveis por balão. Destas últimas encontram-se no mercado três modelos básicos, que funcionam com o mesmo princípio: modelo fabricado a partir de tubo cilíndrico; modelos fabricados a partir de arames de aço em forma de tela e em forma de mola.

A grade expansora proposta por Buchler é do tipo modelo cilíndrico em forma de mola. Estes modelos tem a forma cilíndrica e é confeccionado enrolando-se um único fio de arame em aço inoxidável redondo em vários conjuntos de espiras cilíndricas. O número de espiras em cada grupo de espiras é ajustado à aplicação específica, e com o sentido de enrolamento em cada grupo de espiras adjacentes se alternando no sentido horário e anti-horário. Cada um dos grupos de espiras é unido a seu par adjacente através de uma espira dupla em U, permitindo assim que a peça toda possa ser expandida diametralmente. A invenção proposta por Bucler propõem-se a melhorar sua utilização, caracterizada por ser constituída de espiras, sendo que o primeiro e o último grupo de espiras possuem uma volta e meia e os demais grupos de duas a duas e meia voltas, com extremidades enroladas na forma de anzol fechado.

A presente grade apresenta em relação aos modelos conhecidos, uma estrutura muito mais flexível, capaz de se flexionar mesmo quando submetida a pequenos esforços. A estrutura flexível possibilita que a grade expansora se curve convenientemente e permita sua instalação mesmo em locais de acesso dificultado por curvas acentuadas nas artérias. A flexibilidade na estrutura permite inclusive que a grade expansora seja instalada na própria curva da artéria ou vaso.

 

Fonte:

Patentes: Onde o Brasil perde, Sindicato da indústria de Artefatos de papel, Papelão e Cortiça no Estado de São Paulo, dez/93, pág. 23

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